Mesa debate LGBTfobia e seus reflexos

O Seminário Gênero, Raça e Classe também discutiu as opressões vividas pela população LGBT no dia 8 de março. Na mesa “Gênero e diversidade sexual: Da opressão à libertação” foram destacados o papel da família no capitalismo, aspectos ligados à LGBTfobia e a importância da organização do segmento homossexual para o processo de emancipação humana.

Halanna Andrade, Assessora de Comunicação da Adusb e militante do Coletivo LGBT Comunista, deu início ao debate apresentando a função da LGBTfobia no rebaixamento de salários, ampliação do exército de reserva e maior exploração da força de trabalho para o sistema capitalista. O modelo de família imposto pela burguesia, o não enquadramento da população LGBT e os reflexos disso no processo de discriminação foram ressaltados.

A militante pontuou as consequências negativas do afastamento do movimento LGBT da perspectiva classista, pois “não há como acabar com a LGBTfobia e manter o capitalismo”. Nesse sentido, é preciso articular as lutas contra a LGBTfobia e as pela superação do sistema capitalista, pois é preciso pensar no processo de “emancipação humana como um todo”.

O professor da Uesb, João Diógenes, continuou o debate classificando a “família como reflexo e refletor da sociedade” que reproduz “seu machismo, seu sexismo, sua homofobia”, sendo o primeiro ambiente de opressão para os LGBT’s. Destacou o discurso cotidiano misturado a piadas como o causador de feridas emocionais aos LGBT´s.

O pesquisador confirmou a violência e a exclusão sofrida por LGBT´s, visto o abandono do ambiente escolar pela população T (travestis, transexuais e transgêneros), as dificuldades para a entrada no mercado de trabalho, dentre outros ataques. Na universidade, João Diógenes apontou a falta de docentes transexuais e a responsabilidade de professoras e professores em não reproduzir a homofobia, especialmente em sala de aula. Pontuou ainda a exposição à violência quando LGBT´s expressam sua afetividade em público.  João fez um apelo aos presentes a pensarem “coletivamente como somos violentos com o outro” e a importância de permitir que “a pessoa possa ser da forma que ela queira ser”.