Professores da Uesb suspendem atividades e protestam contra o governo Rui Costa
Docentes de Itapetinga denunciam perdas salariais

Nesta quarta-feira (25), professores e professoras da Uesb paralisaram as atividades contra o maior arrocho salarial dos últimos vinte anos. Os portões principais dos campi da Uesb de Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié foram fechados como protesto aos 209 dias de silêncio do governo Rui Costa sobre a pauta de reivindicações da categoria. A Adusb também participou do ato público conjunto com as demais Universidades Estaduais da Bahia (UEBA), realizado em Salvador.

Intervenção da professora Alice Casimiro no campus de Vitória da Conquista

Conheça a pauta de reivindicações 2018.

Nas UEBA, são mais de 957 docentes com direitos trabalhistas previstos em lei negados, sendo 165 da Uesb. A perda salarial é de 21,1% e afeta a vida especialmente das(os) aposentadas(os). O professor da Uesb, João Diógenes, confirma que a atual situação é de “precarização total da categoria docente” e atinge também outras áreas, o orçamento da instituição e a permanência estudantil. Diógenes ressaltou a importância da luta da comunidade acadêmica e da sociedade para que o governo não destrua as Universidades Estaduais, que “são o maior patrimônio da Bahia”.

Café da manhã realizado no campus de Jequié

Por compreender que estes ataques são parte de uma política nacional de sucateamento da educação pública, a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Alice Casimiro, que estava em um evento na Uesb, fez uma intervenção na manifestação em Vitória da Conquista.

A docente trouxe experiências do movimento “Uerj Resiste”, que mobilizou servidores, estudantes e ex-alunos contra os ataques à Universidade provocados pelo governo Pezão. Servidores, terceirizados e seguranças enfrentaram inclusive o não pagamento de salários por falta de repasses de verbas estaduais.

“A luta teve frutos”, ressaltou a professora. Foram pagos os salários e bolsas atrasadas. As atividades de aula, limpeza e segurança voltaram a acontecer. “Não houve desmonte [da Uerj], porque nós não deixamos desmontar”, ressaltou Alice Casimiro, o que demonstra a necessidade do fortalecimento da luta e resistência do Movimento Docente na Bahia.

Nesse sentido, a vice-presidente da Adusb, Iracema Lima, defendeu que “devemos ampliar a mobilização e fortalecer a unidade para resistir a essa realidade de ataques imposta às Universidades Estaduais e ao funcionalismo público. Só assim será possível impedir o processo de desvalorização dos servidores e a redução do papel social das nossas Universidades”.