Gastos com alimentação, transportes e habitação pressionam inflação. Gás de cozinha segue vilão
Foto: CSP-Conlutas

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou no último dia 20, o IPCA-15 do mês de julho, que é uma prévia da inflação oficial. O índice teve a maior alta para o mês desde 2004. De acordo com o levantamento, a variação do IPCA-15 foi de 0,64% em julho. O resultado acumulado do ano é de 3%, sendo que nos últimos 12 meses, a alta é de 4,53%.

O maior peso na composição da taxa foram itens ligados à Alimentação e Bebidas (0,61%), Transportes (0,79%) e Habitação (1,99%), equivalendo a 95% do índice. No grupo de alimentos, seguem em alta os preços de produtos, como o leite longa vida (18,30%), o frango inteiro (6,69%), o frango em pedaços (4,11%), o arroz (3,15%), o pão francês (2,58%) e a carne (1,10%). A alimentação fora também registrou aceleração (0,38%).

No grupo de transportes, subiram itens como ônibus interestadual (4,60%), ônibus urbano (1,42%) e ônibus intermunicipal (1,07%). Outra alta foi do pedágio (0,46%), com reajustes em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Itens importantes ligados à habitação tiveram a maior variação entre os grupos e o maior impacto no mês, com 0,31 ponto percentual, quase metade do índice total. Destaque para a energia elétrica (6,77%), gás de botijão subiu 1,36% e o gás encanado, 1,24%. A taxa de água e esgoto teve alta de 1,27%.

Carestia

Em resumo, o que se vê é que itens básicos no dia a dia da população, como gás de cozinha, energia elétrica, ônibus, leite e frango seguem pressionando o custo de vida da população, afetando principalmente a classe trabalhadora e os mais pobres. Uma situação que se agrava ao considerar que há no país cerca de 28 milhões de pessoas sem emprego.

Governo e empresas tentaram justificar a alta no mês de junho em razão da greve dos caminhoneiros, mas, dois meses depois, o fato é que a carestia, com a alta de importantes itens do dia a dia dos trabalhadores, é uma realidade para a maioria das famílias.

As causas da greve dos caminhoneiros, que parou o país, permanecem. Apesar de leve queda registrada no mês de julho (0,57%), os preços da gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha subiram, em média, três vezes mais que inflação no último período.  Segundo dados do IBGE, referentes ao mês de junho, em 12 meses, o diesel acumulava alta de 15,45%, a gasolina 18.97%, o gás veicular 11,84% e o etanol 11,65%.

A alta no preço do gás de botijão em 2017 levou cerca de 1,2 milhão de residências a adotar combustíveis alternativos, como a lenha e o carvão, para cozinhar alimentos, de acordo com pesquisa do IBGE divulgada em abril.

10 de agosto é dia de luta

A luta contra a alta no preço dos combustíveis, que é fruto da política de reajustes adotada pela Petrobras e pelo governo Temer, é um dos eixos do Dia Nacional de Paralisações e Manifestações, convocado pelas centrais sindicais para o próximo dia 10 de agosto. Será um dia de paralisações nos locais de trabalho, protestos e manifestações em todo o país, para dizer um basta aos ataques dos governos e patrões e em defesa das reivindicações dos trabalhadores e do povo pobre.

Saiba mais: Façamos um forte dia de paralisação e manifestações em 10/8. Acesse os materiais de divulgação

Materiais de divulgação

Para divulgar este dia, a CSP-Conlutas está disponibilizando os materiais unificados aprovados pelas centrais e específicos da nossa Central para que sejam impressos para distribuição regional e compartilhados nas redes sociais. Confira o boletim da CSP-Conlutas sobre o tema.

BOLETIM-10 DEAGOSTO 

Fonte: CSP-Conlutas