Agosto é o mês da Visibilidade Lésbica e Bissexual. É preciso combater o machismo e a LGBTfobia!

Agosto é o mês da visibilidade lésbica. O dia 29 foi escolhido como dia de luta contra a lesbofobia e a bifobia no 1º Seminário de Mulheres Lésbicas ocorrido no Rio de Janeiro em 1996. Em 19 de agosto de 1983 ocorreu o primeiro grande protesto liderado por lésbicas em São Paulo, em frente ao Ferro’s Bar. Em repúdio à repressão sofrida por lésbicas do grupo GALF, que discursavam e vendiam seu jornal “ChanacomChana”, o movimento ocupou o bar e o que virou um símbolo de resistência lésbica, conhecido como o Stonewall brasileiro.

 

 

As mulheres lésbicas e bissexuais sofrem uma dupla opressão: o machismo e a LGBTfobia. A opressão faz com que convivam diariamente com a fetichização e invisibilidade de sua sexualidade, com o preconceito e ódio simplesmente pela sua identidade sexual. São recorrentes os casos de espancamentos, humilhações e agressões de todos os tipos, que podem levar até ao assassinato.

É o que mostra o primeiro Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, elaborado pelo Grupo de Pesquisa Lesbocídio – As histórias que ninguém conta, de iniciativa do Núcleo de Inclusão Social da UFR (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Segundo o estudo, no período entre 2000 e 2017, foram registrados 180 crimes de ódio contra lésbicas. Os anos mais recentes concentram a maior parte das mortes. Somente entre 2014 e 2017, foram registrados 126 assassinatos lesbofóbicos no país, o que significa que os assassinatos têm crescido nos últimos anos.

O Brasil é campeão mundial em assassinatos a homossexuais. Os crimes de ódio mataram 445 LGBT’s no país, no ano passado, segundo o Grupo Gay da Bahia, ano com maior número de mortes desde que se iniciou o levantamento há 38 anos.

As lésbicas e bissexuais ainda sofrem com o chamado estupro corretivo, ação que tem a suposta intenção de mudar a orientação sexual da mulher que se relaciona com outra, demonstrando que também nestes casos o machismo acentua o preconceito. Dos assassinatos registrados, 83% foram cometidos por homens, segundo o mesmo dossiê.

A crise econômica aumenta o desemprego, as joga no subemprego. Essa situação que combina exclusão social e do mercado de trabalho, muitas vezes leva a doenças psicológicas e até ao suicídio. O estudo aponta ainda que, de 2014 a 2017, houve 33 suicídios registrados, em sua maioria na faixa de idade entre 20 e 24 anos.

Por tudo isso, este dia 29 de agosto é importante para denunciar os crimes de ódio, lutar contra a violência, estupros e assassinatos de LGBT’s no país, lutar por direitos iguais e liberdade sexual.

A CSP-Conlutas entende que é tarefa das organizações da classe, os sindicatos, movimentos populares e do campo, de juventude, e de todos os trabalhadores(as) combater a LGBTfobia, pois o preconceito que divide os trabalhadores e trabalhadoras só serve aos de cima, para manter a dominação sobre toda a nossa classe.

 

Fonte: CSP-Conlutas