Curso de Formação aponta desafios para reestruturação das entidades sindicais

Na última sexta-feira, dia 14, a Adusb realizou mais um curso de formação sindical. O evento, aconteceu na sede da Adusb de Vitória da Conquista e teve como tema “Os desafios da organização sindical frente aos ataques à classe trabalhadora na atual conjuntura”. A atividade foi organizada pelo Grupo de Trabalho de Política e Formação Sindical da Adusb (GTPFS).

A retirada de direitos da classe trabalhadora aprofundada pelo governo Temer, o avanço do conservadorismo com a eleição de Jair Bolsonaro e a reforma administrativa feita por Rui Costa, foram os elementos do atual cenário que orientaram a atividade.

Aldrin Castellucci, professor de História da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) iniciou a atividade discorrendo sobre a organização dos primeiros sindicatos no Brasil.

                             Aldrin Castelucci - Foto: Ascom/Adusb

De acordo com Castelluci, de 1890 a 1930 houve três vertentes de sindicalismo. O primeiro foi tido como sindicalismo revolucionário que compreende o “sindicato como embrião da nova sociedade, espaço de neutralidade política, religiosa e ideológica e estrutura antiburocrática”.

O sindicalismo reformista, segunda vertente, era identificado pela “heterogeneidade ideológica, consolidação de ganhos para os trabalhadores por meio de leis e greve como último recurso e nunca como um fim em si mesmo”.

A terceira vertente, o sindicalismo pós década de 1930, foi marcado pela “legitimação dos sindicatos, criação da modalidade de sindicato único e a proteção aos trabalhadores sindicalizados contra demissões”. Como resultado desse período, o professor criticou “o caráter corporativista e a falta de discussão da não sindicalização dos terceirizados”, elementos do sindicalismo atual. Para o fortalecimento das entidades sindicais, Castelucci afirma que “É necessário analisar a realidade concreta para entender os desafios que são impostos”.

O professor de Física da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Amaury Fragoso, continuou a atividade reforçando a importância do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) frente aos ataques do capital à educação pública do país.

                      Amaury Fragoso - Foto: Ascom/Adusb

Para Amaury, “a diminuição dos salários dos professores para ajuste dos gastos” é uma dessas manobras. Assim como o “investimento de dinheiro público em instituições privadas e a proibição de concursos públicos” são agentes do aprofundamento da precarização do ensino no país. O professor aponta “a dificuldade da categoria docente em se assumir classe trabalhadora” e “a substituição da luta sindical pela luta do poder” como desafios para a reestruturação sindical do país.

Fragoso defende “a autonomia do Andes em relação a partidos políticos” como fator positivo no enfrentamento da atual conjuntura.  Para a construção da resistência para o próximo ano indica “a busca pela unidade de classe” e a “atualização constante da organização”.