Docentes recusam reajuste da Unimed e autorizam cancelamento de inadimplentes

O reajuste anual da Unimed e a situação de professores inadimplentes do plano foram discutidos pela assembleia realizada na quinta-feira (14). A Unimed propôs aumento de 38,86%, valor muito acima da inflação. A proposta foi completamente rechaçada pela categoria. Uma comissão formada por representantes dos três campi foi formada para contribuir com as negociações. Docentes que fazem suplementação do pagamento do plano e estão em débito com a Adusb terão o plano cancelado, caso não regularizem a situação imediatamente.

A proposta de 38,86%

Ao longo dos anos a diretoria da Adusb negociava o reajuste anual a partir do parâmetro da inflação. No entanto, desde o ano passado a Unimed tem pressionado para que o aumento seja feito a partir do índice de “sinistralidade”, pela denominação da Unimed. Segundo os cálculos do plano de saúde, o reajuste atual necessário para cobrir a “sinistralidade” dos docentes é de 38,86%, retroativo a janeiro.

A diretoria da Adusb negou a proposta assim que teve conhecimento dela ao final de 2018 e defendeu que nenhum reajuste fosse aplicado, tendo em vista o congelamento salarial da categoria. No dia 13 de fevereiro, voltou a se reunir com a Unimed, porém nenhuma contraproposta foi apresentada pelo plano.

A categoria considerou a proposta como irreal, especialmente diante da péssima qualidade do serviço prestado. Professoras e professores de Jequié relataram uma série de problemas enfrentados na cidade para atendimento. A falta de uma política de saúde preventiva elaborada pelo plano também foi criticada. Contudo, a ideia defendida é de que os docentes são clientes e não reféns da Unimed.

Uma comissão formada por Andrea Gomes (Itapetinga), Cleide Lima (Vit. Da Conquista) e Daniel de Melo (Jequié) ficou responsável por contribuir com o processo de negociação com a Unimed. Será solicitado do plano os dados de atendimento e características dos beneficiários para que seja feita cotação de preços com outras empresas a partir dos parâmetros atuais da Unimed.

Suplementação e inadimplência

O contrato entre Unimed e Adusb é de plano empresarial, portanto o plano gera boleto único com o valor total de todos beneficiários. Filiados e filiadas autorizam o desconto em folha. Os recursos entram na conta da Adusb para o pagamento da Unimed. Contudo, em 2014 o Estado alterou as regras da consignação em folha e estabeleceu limite aos sindicatos de 12%. A situação gerou um problema, pois o valor da Unimed extrapola os 12% para parte da categoria.

Em 2016, a assembleia da Adusb decidiu que o excedente do que poderia ser descontado em folha seria pago via transferência/depósito ao sindicato. Foi aprovado ainda que caso o pagamento não fosse feito até dia 30 de cada mês, o docente teria até o dia 14 do mês seguinte para regularizar a situação, sob pena de suspensão. Outros 30 dias seriam dados até que o plano de saúde fosse cancelado definitivamente.

Com o congelamento salarial e aumento do valor da Unimed, cresceu o número de professores que não conseguem consignar toda mensalidade. A Adusb percebeu no ano passado inconsistências entre o que era devido e o repassado. A diretoria realizou uma auditoria que revelou um número considerável de professores sem efetuar os pagamentos ou com repasses menores que o previsto.

Mesmo com a possibilidade de cancelamento do plano, conforme decisão da assembleia, a diretoria iniciou a cobrança para que não fosse necessário realizar tal medida. Apesar de muitos terem resolvido o problema, dos 167 docentes que fazem suplementação, 84 ainda não sanaram seus débitos e a dívida com o sindicato é de R$ 108 mil.

A assembleia considerou inaceitável que a Adusb arque com a dívida, pois os recursos do sindicato devem ser usados para a luta. Neste sentido, será enviado um aviso final impresso com notificação de recebimento/ telefonema/ e-mail aos professores em débito. O prazo para regularização será 30 dias, sob pena de exclusão do plano. A diretoria foi autorizada a negociar a possibilidade de parcelamento de acordo com o valor da dívida.

Para evitar a continuidade do problema, a próxima assembleia discutirá a possibilidade de mudança da forma de pagamento do plano de saúde. Além disso, foi encaminhada a realização de estudo com outros sindicatos para verificar como o plano de saúde é administrado.