Planserv: Governo distorce informações para enganar a população

A informação divulgada pelo governo de investimento de R$ 1,5 bilhão no Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos da Bahia (Planserv) é falsa. Dados do Portal da Transparência mostram que 80% (R$ 1,2 bilhão) dos recursos anunciados são pagos pelos próprios servidores. Ou seja, apenas R$ 300 milhões foram investidos pelo governo em 2018. A notícia tem como finalidade deixar a opinião pública contra os servidores, que na realidade pagam por um plano e não recebem atendimento.

A verdade é que a inviabilidade financeira do Planserv é de responsabilidade do governo, devido ao corte de 50% dos repasses do governo estadual, aprovado pela lei 14.032/2018. Na prática, significa uma redução em cerca de R$ 200 milhões por ano no plano de saúde.

O estudo realizado pela Adusb das contas do Planserv de 2015 a 2017, a partir dos dados do Portal da Transparência, mostrou que a lei 14.032 desequilibrará de forma grave o orçamento do plano. Apesar dos servidores públicos arcarem com a maior parte das despesas, a diminuição da participação do Estado deixaria as contas no vermelho em todos os anos verificados. Caso a referida lei estivesse em prática desde 2015, o rombo seria de R$ 590 milhões.

Em áudio veiculado nas redes sociais, Rui Costa diz estar “racionalizando e melhorando o atendimento [do Planserv]”. Contudo, não existem melhorias sem investimentos reais.

Além disso, o governo se recusa a negociar com os médicos que estão com atendimentos suspensos por falta de reajuste dos honorários. Médicos anestesistas estão paralisados há mais de um mês e as demais especialidades desde o dia 6 de fevereiro. Desde 2017 o Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA) e a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas (Coopanest-BA) buscam a abertura do processo de negociação.

O presidente da Adusb, Sérgio Barroso, destaca que “Saúde não é privilégio, é direito. O governo Rui Costa distorce informações para tentar jogar a população contra os servidores. Mas, a verdade é que, apesar dos servidores pagarem caro pelo Planserv, as reclamações sobre a má qualidade dos serviços só aumentam”.

Fica nítido, portanto, a política de desmonte do Planserv e o descaso com a saúde dos servidores baianos, que mesmo com salários congelados há quatro anos, pagam por um plano sem obter atendimento.