Um ano sem Marielle e sem respostas

Em 14 de março do ano passado Marielle Franco foi brutalmente assassinada junto com seu motorista Anderson Gomes. Um ano se passou, os suspeitos pela execução foram presos na terça-feira (12), porém os mandantes do crime, também responsáveis por essa barbárie, ainda não foram identificados.

Marielle defendia direitos humanitários e causas sociais. A vereadora, que tinha sido eleita em 2016 com mais de 46 mil votos, era atuante na luta contra as ações violentas nas favelas - inclusive quando as vítimas eram policiais - e em especial contra a intervenção militar na cidade do Rio de Janeiro. Duas semanas antes de ser assassinada, Marielle tinha assumido a função de relatora da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio, criada para acompanhar a atuação das tropas na intervenção.

Mulher, mãe, negra, feminista, Marielle colocava o dedo na ferida e com isso incomodava poderosos que comandam milícias. Um poder paralelo, formado em boa parte por policiais reformados, que controlam regiões do RJ por meio da imposição de medo e violência.

A marcante trajetória de Marielle foi interrompida por interesses escusos. A voz que defendia mulheres, negras e negros, LGBTs, e a população da periferia foi silenciada para manutenção do status quo.

A luta de Marielle está presente em cada trabalhador e trabalhadora que almeja uma sociedade mais justa. Uma sociedade livre da exploração do capital e da ganancia dos poderosos.

A professora Patrícia Cara, diretora da Adusb, qualifica a morte de Marielle como assassinato político, pois a vereadora representava todas “as vozes que tentam clamar por direitos, igualdade, justiça social e equidade. Vozes que vêm sendo caladas e a sociedade não pode admitir”. O desejo é que o assassinato da vereadora não se torne mais um entre os tantos que ficam impunes. “A gente clama e cobra por justiça, por apuração e que todos os envolvidos sejam presos e punidos”, defende a docente.

A Adusb se posiciona a favor da elucidação desse crime torpe. E reforça a necessidade da luta em prol da classe trabalhadora, das liberdades democráticas e de uma sociedade verdadeiramente justa.

Por Marielle, não silenciamos. Pela classe trabalhadora, avançamos.