Greve Nacional da Educação leva para as ruas a indignação do povo baiano
Protesto na Praça Dairy Valley em Itapetinga

Na última quarta-feira, dia 15, brasileiros e brasileiras insatisfeitos com o descaso dos governos municipais, estaduais e nacional tomaram as ruas e fizeram a Greve Nacional da Educação. Foram denunciados os cortes orçamentários, contingenciamento de recursos, perseguição ideológica, precarização das condições de trabalho e estudo. Um quadro de desmonte da educação pública do país em todos os seus níveis.

Vitória da Conquista

Com o tema “Em defesa da Educação Pública e contra a Reforma da Previdência”, entidades sindicais e movimentos sociais denunciaram os ataques à educação na Praça 9 de Novembro.

A situação do ensino superior baiano é grave. Só nos últimos dois anos foram contingenciados 110 milhões das quatro universidades estaduais UEFS, UESB, UESC e UNEB. Ainda não satisfeito com essa medida, o governador Rui Costa mandou cortar o salário dos docentes que entraram em greve na luta por seus direitos.

Raquel Maluf, professora da Uesb, destacou, “não se deve omitir mais. Tem que vir para a rua para demonstrar o que a gente está sentindo. Agora é a hora de sair para a rua e manifestar”.

                    Caminhada pelo centro de Vitória da Conquista

A desvalorização da carreira docente é outro ataque dos governos atuantes. Genivan Silva, representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia de Vitória da Conquista (APLB), denunciou o congelamento do salário base dos professores da rede estadual. “Nós queremos 25% de reajuste que há 4 anos a categoria não tem”.

O docente cobrou o repasse do precatório do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e a liberação de licença-prêmio como “itens que a gente precisa resolver para que a carreira flua”.

Ana Cristina Novais, presidente do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP), afirmou que, “os cortes já chegaram na rede municipal” e que “a situação na zona rural é muito grave”, pois há a previsão de fechamento de mais escolas do campo.

O tratamento dado a educação como “estorvo” ou “gasto” pelos governos precisa ser revertido. Para isso Ana Cristina, ressalta a importância da unificação da força das entidades e movimentos no sentido de defender a educação como “investimento”.

Jequié

Com cartazes, palavras de ordem e muita disposição para a luta, os manifestantes de Jequié se reuniram na Praça Ruy Barbosa.

Ana Angélica Barbosa, diretora sindical da Adusb em Jequié, destacou a importância do evento “em prol da causa comum, que é a luta pela educação no Brasil, que está sendo vítima de ataques tanto a nível nacional quanto a nível estadual”.

Para a professora da Uesb, Marina Helena Silva, a greve nacional da educação “é bastante oportuna pelas arbitrariedades que vem sido cometidas contra as universidades”.

E convida ao “povo para vir para as ruas para ampliar ainda mais a mobilização em defesa de direitos que nos tem sido subtraídos”.

                  Cartazes de protesto em Jequié 

Itapetinga

Em Itapetinga a concentração ocorreu na Praça Dairy Valley. A atividade foi encerrada com a roda de conversa “Em defesa da educação e da previdência pública”.

Foram debatidas questões relacionadas à educação no atual contexto de acentuação da precarização da educação pública. Participante da mesa junto com Renan Coelho, diretor da APLB e do professor do IFBaiano de Itapetinga, Evandro Souza, a presidente da Adusb, Soraya Adorno, enfatizou “ a importância da educação para o povo brasileiro e para o povo baiano”. E finalizou, “estamos na luta”.