Assembleia da Adusb rejeita proposta do Governo do Estado e mantém indicativo de greve

Na manhã desta quinta-feira, 20 de junho de 2024, aconteceu na sede da Adusb de Jequié a Assembleia Geral da seção sindical, com o intuito de deliberar sobre a proposta de ajuste salarial apresentada pela administração estadual em reunião com o Fórum das ADs, realizada no dia 14 de junho em Salvador. Iniciando a assembleia, a presidenta Iracema Lima, apresentou os informes da diretoria.

Proposta do governo rejeitada

No dia 14/junho, em reunião com o Fórum das ADs, o governo apresentou uma proposta de ajuste salarial, sem nomear como reajuste ou recomposição, para os próximos três anos – 2025, 2026 e 2027 – com o índice de 4,7% de reajuste em janeiro de cada ano. Apesar de respeitar a data-base que consta no Estatuto do Servidor, a proposta não recompõe as perdas acumuladas nos últimos nove anos, nem as que se acumularam nos anos de 2024, 2025 e 2026. Somente em 2024, as perdas já chegam a 34%.

Durante a reunião, o movimento docente questionou se ao índice apresentado seria acrescido também um reajuste devido à inflação de cada ano e a resposta do governo foi negativa. Na mesa de negociação, os representantes da Secretaria de Administração do Estado da Bahia (Saeb) reforçaram que este governo não tem condições recompor na integralidade as perdas acumuladas nos governos Rui Costa, também do Partido dos Trabalhadores.

Saiba mais sobre a reunião em https://adusb.org.br/web/page?slug=news&id=12287&pslug=

Por solicitação do Fórum das ADs, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez uma análise (leia aqui) da proposta, considerando também as projeções para a inflação IPCA/IBGE em 2024, 2025 e 2026.  O Dieese concluiu que, se acatada a proposta apresentada, as/os docentes ficariam quase sem ganho real para os próximos anos, mantendo o poder de compra deste ano, que está defasado desde 2015. No estudo, o Dieese também apresentou quais deveriam ser os reajustes para que haja a recomposição integral das perdas já acumuladas, além daquelas previstas para 2024, 2025 e 2026. De acordo com o Dieese, para que ocorra a recomposição integral em três anos, conforme prazo apresentado pelo governo, os percentuais devem ser entre 14,21% e 14,67%. Para que a recomposição integral ocorra em quatro anos, os percentuais devem ser 11,43% e 11,77%.

Manutenção do indicativo de greve e recusa à proposta

A categoria deliberou pela manutenção do indicativo de greve e ampliação da mobilização. Também rejeitou a proposta apresentada pelo governo estadual, tendo em vista que o primeiro ponto na pauta de reivindicações é a recomposição das perdas acumuladas:

  1. Reposição completa das perdas salariais acumuladas nos últimos 9 anos (2015-2023), o que, segundo o Dieese (a partir do IPCA), justifica um reajuste entre 42,46% e 42,02% a depender da classe. E o compromisso de retomar apolítica de correção salarial a cada ano.

"Estamos construindo uma greve. O movimento docente quer greve, não? Mas tem disposição para deflagrar", exprime a presidenta Iracema Lima. Diante disso, a assembleia aprovou também que a construção de uma contraproposta pelo Fórum das ADs deve partir dos índices apresentados no estudo do Dieese.