
No 43º Congresso do ANDES-SN, realizado entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, em Vitória (ES), foi lançada a nova edição da cartilha “Combatendo os assédios moral, sexual e outras violências”. Produzida pelo Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), a publicação é fruto de um amplo estudo sobre as diversas formas de assédio no ambiente universitário e tem o objetivo de orientar docentes, técnicas/os e estudantes sobre como identificar e combater essas práticas.
A cartilha apresenta os diferentes tipos de assédio identificados no ambiente de trabalho, destacando as diferenças entre assédio moral e sexual, bem como discriminações que podem levar a agressões ou microagressões físicas e psicológicas. Para a professora Alda Fátima de Souza, secretária da Diretoria da Adusb - Campus de Jequié e coordenadora do GTPCEGDS da Adusb, essa publicação é essencial para conscientizar a comunidade acadêmica sobre o tema. “a partir de 2016, com o golpe de Temer, os casos de assédios cresceram muito nas instituições de ensino superior, culminando em perseguições severas durante o governo da extrema direita no Brasil”, afirma.
A ideia é que o material seja amplamente distribuído, em conjunção com atividades de formação, garantindo que docentes tenham acesso às informações e saibam como proceder diante de situações de assédio. Segundo Alda, a iniciativa extrapola o ambiente universitário: “Essa iniciativa extrapola o ambiente universitário, uma vez que outros sindicatos, associações e empresas, sejam públicas ou privadas, também possam tomar como base as informações da cartilha”.
Além disso, o GTPCEGDS da Adusb está trabalhando na atualização da cartilha publicada em 2019 pela Adusb, fruto do trabalho conjunto do GTPCEGDS local e da Diretoria da Adusb. A nova edição trará informações atualizadas sobre as diferentes formas de assédio, formas de combate e canais de denúncia. “Essa cartilha, que será lançada em breve, ainda terá um protocolo, no qual será possível entender como distinguir as diversas formas de assédio e onde recorrer, de modo a não punir a própria vítima e deixar o/a assediador/a impune”, destaca Alda.
Os casos de assédio na UESB têm gerado discussões entre docentes, discentes, técnicos/as e terceirizados/as. No entanto, muitas vítimas ainda têm receio de denunciar por medo de represálias, como perda de cargo ou emprego, entre outras. A Adusb incentiva a leitura da cartilha e reforça seu compromisso com o amplo combate ao assédio e às violências, em especial no ambiente universitário. O ANDES-SN e a Adusb seguem mobilizados/as para garantir que a comunidade acadêmica tenha condições de trabalho e estudo livres de assédio e discriminação.