
Neste dia 31 de março, quando completam-se 61 anos do golpe militar de 1964, o Brasil ainda amarga as consequências do período de ditadura empresarial-militar que se seguiu ao golpe.
Com o golpe teve início a ditadura empresarial-militar, um regime autoritário, de exceção, que perdurou por mais de duas décadas. Um regime que, ilegalmente, cassou um governo e representantes parlamentares eleitos democraticamente. Um regime que se dizia patriota, mas, com o apoio da burguesia empresarial-financeira, de direita e conservadora, colocou-se a serviço dos interesses colonialistas dos Estados Unidos da América, que apoiou material e logisticamente o golpe e as políticas de repressão.
Apesar de trabalhos importantes como a da Comissão Nacional da Verdade, que, de 2011 a 2014, investigou crimes da ditadura empresarial-militar, ainda hoje figuras públicas, criminosamente, tentam reescrever a história, para apagar ou justificar os assassinatos, torturas, perseguições, crimes contra a humanidade, entre tantos outros, cometidos pelo aparato oficial do governo militar. Infelizmente, esta retórica criminosa encontra repercussão em parcela significativa da classe trabalhadora.
A herança da impunidade e anistia dos crimes cometidos pelos agentes do governo militar durante a ditadura, tem seus reflexos ainda hoje, como demonstra a ascensão da extrema-direita ao poder em 2018 com a eleição do governo genocida de Bolsonaro, cujo negacionismo provocou a morte de mais de 700 mil pessoas durante a pandemia da Covid-19, o atentado a bomba ao aeroporto de Brasília em dezembro de 2022, a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023, o atentado a bomba no STF em novembro de 2024, todos cometidos por grupos de ultradireita, ou ainda o nefasto plano golpista conhecido como “Punhal Verde Amarelo”, arquitetado, segundo denúncia da Procuradoria Geral da República após investigação da Polícia Federal, por Bolsonaro e seus apoiadores mais próximos. É necessário unidade na classe trabalhadora, para dar um basta nesses ataques da direita e da ultradireita, que buscam tomar liberdades democráticas conquistadas com muita luta e sacrifício pela classe trabalhadora.
Mais do que nunca, é preciso apurar todos os crimes cometidos pelos agentes do governo da ditadura empresarial-militar. É necessário responsabilizar esses criminosos, com o rigor da lei. É também necessário identificar e responsabilizar, com o rigor da lei, todos os envolvidos, na execução, planejamento e financiamento, seja na tentativa de golpe de janeiro de 2023, seja no plano golpista Punhal Verde Amarelo. Sem anistia para golpistas! Democracia sempre! Ditadura nunca mais!