
Entre os dias 28 de abril e 5 de maio, a Adusb realizou um ciclo de formação político-sindical sobre a carreira docente, com atividades nos três campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb): Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista, respectivamente nos dias 28 e 30 de abril, e 5 de maio. A iniciativa foi promovida pelo Grupo de Trabalho Carreira (GT Carreira) da Adusb como parte das ações do calendário de lutas do 1º de Maio e das deliberações do 43º Congresso do ANDES-SN.
Com o tema “O Estatuto do Magistério Superior da Bahia e a proposta de carreira única do ANDES-SN”, os encontros contaram com a presença de Alexandre Galvão, 2º secretário do ANDES-Sindicato Nacional e também integrante do GT Carreira do Sindicato Nacional, que tem participado ativamente da mobilização nacional em defesa de uma nova estrutura para a carreira docente no ensino superior público.
“Quando pensamos em carreira única, estamos falando não só de salário, mas também do percurso da/o docente pela universidade. É preciso construir um modelo que valorize a experiência, a produção e o tempo de serviço, mas que também permita o avanço contínuo na trajetória docente, sem ficar refém apenas da titulação”, destacou Alexandre durante os debates.
A proposta de carreira única defendida pelo ANDES-SN propõe a valorização do tempo de serviço, a desburocratização das progressões, o respeito às realidades institucionais, regionais e a construção de um piso salarial nacional para o magistério superior. A medida visa combater desigualdades regionais e garantir que a progressão na carreira não dependa exclusivamente de critérios como a titulação acadêmica, que, embora importante, não pode ser o único fator considerado.
A professora Ana Angélica, da Uesb em Jequié, que participou das discussões que antecederam a promulgação do atual Estatuto do Magistério Superior da Bahia, avaliou positivamente a proposta em construção. “Ela amplia o conceito de carreira, deixa de focar exclusivamente na titulação e busca respeitar as diferentes realidades. Precisamos de uma estrutura que promova progressões mais dinâmicas, que incentive o percurso docente e combata a estagnação na mesma classe por anos”, defendeu.
Os debates também destacaram a importância de uma articulação nacional. “Não faz sentido termos uma carreira unificada apenas nas federais e manter outra lógica nas estaduais. A valorização [da nova proposta de carreira] precisa ser para todos e todas”, afirmou Alexandre.
Com participação da categoria nos três campi, a ação promovida pelo GT Carreira da Adusb fortalece a mobilização da base e reafirma o compromisso do sindicato com a valorização da docência e a construção coletiva de uma política de carreira mais justa e coerente com o papel social das universidades públicas, como defendido pelas deliberações do 15º Conad Extraordinário do sindicato nacional, que teve o objetivo de discutir carreira.