O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) enfrenta uma ameaça de cassação na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A representação no Conselho de Ética da Casa acusa o parlamentar de ter incentivado a invasão da Câmara Municipal de Salvador (CMS) durante protesto contra o reajuste salarial dos servidores municipais, realizado na última quinta-feira, 22.
A medida é vista por apoiadores de Hilton como mais uma tentativa de criminalização de sua atuação parlamentar, reconhecida por seu alinhamento com as lutas populares e sindicais. A diretoria da Associação dos Docentes da UESB (Adusb) se manifesta publicamente em apoio ao deputado por meio de uma nota que denuncia o contexto político de perseguição a parlamentares comprometidos com os direitos da classe trabalhadora.
“A quadra histórica se apresenta como de grande adversidade para a classe trabalhadora. O capital avança com grande perversidade contra seus direitos”, afirma a nota. A Adusb aponta que setores da direita e da extrema-direita, com o apoio de forças que se dizem progressistas, têm buscado sufocar mandatos independentes por meio de processos judiciais e políticos. “Não espanta que a direita e a extrema-direita tentem criminalizar quem luta em defesa desses direitos, como é o caso do deputado Hilton Coelho.”
O processo no Conselho de Ética tem o apoio da maioria dos parlamentares da AL-BA, segundo o portal Informe Baiano, e deve ser acompanhado pela Mesa Diretora da Casa. A sindicância irá apurar as responsabilidades no episódio da CMS, e, se a acusação for confirmada, Hilton poderá perder seu mandato.
Para a Adusb, porém, os ataques ao deputado fazem parte de um cenário mais amplo de repressão à organização popular. “A decisão busca inibir e criminalizar o apoio dos sindicatos a candidaturas que expressam o acúmulo de lutas da classe trabalhadora”, reforça a nota.
A entidade finaliza sua manifestação com uma declaração de apoio irrestrito ao parlamenta. “Manifestamos nosso apoio e solidariedade irrestritos ao deputado Hilton Coelho e ao seu mandato. Lutar não é crime!”
A mobilização nas redes sociais continua sob a hashtag #HiltonFica, e o caso segue sendo acompanhado com preocupação por organizações populares e sindicais em todo o estado.