if ($elements['image_label']) {?>
A análise da proposta orçamentária para 2026 e da execução financeira de 2025 revela, mais uma vez, um cenário de desinvestimento na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Embora os números mostrem um aumento de 8,2% no orçamento total da instituição para 2026, esse crescimento é ilusório no que tange à infraestrutura.
A valorização salarial e a garantia dos direitos trabalhistas são pautas caras para a Adusb e não podem ser utilizadas como justificativa para o sucateamento de outros setores. O problema reside no fato de que o Governo do Estado se recusa a ampliar o orçamento de forma suficiente para cobrir a folha e garantir o funcionamento da instituição. A estrutura da universidade, o fornecimento de equipamentos e espaços seguros também são essenciais para que as trabalhadoras e os trabalhadores exerçam a profissão.
O resultado da proposta é um corte nos Grupos 3 (Custeio) e 4 (Investimento). A previsão é de uma redução combinada de R$ 21.851.000,00 para o próximo ano. Na prática, isso significa menos dinheiro para contas básicas, bolsas, manutenção de equipamentos, reformas e construção de novos laboratórios. Isso acarretará, inclusive, em cortes diretos em pró-reitorias.
Se a previsão para 2026 é preocupante, a execução orçamentária de 2025 expõe, novamente, uma grande diferença entre o valor orçado e o executado para a universidade. De acordo com dados da despesa do governo, obtidos pelo portal da transparência, a Uesb teve uma taxa de execução de Investimentos (obras e equipamentos) de apenas 23,49%.
Dos R$ 52,3 milhões autorizados para investimentos em 2025, apenas R$ 12,3 milhões foram liquidados. Isso significa que mais de R$ 40 milhões, que poderiam ter sido transformados em melhorias estruturais para discentes, docentes, técnicas/os e analistas, não foram utilizados e, consequentemente, retornam aos cofres do Estado. No setor de Custeio, a execução também foi baixa, atingindo apenas 46,24%, deixando mais de R$ 80 milhões sem liquidação.
Para além das planilhas e percentuais, o orçamento público é a expressão financeira de prioridades políticas. Não podemos permitir que o debate sobre o financiamento da Uesb seja reduzido a um tecnicismo burocrático, que serve apenas para mascarar o projeto de desmonte em curso. Por isso, a Adusb convoca toda a categoria a encarar a pauta orçamentária como um campo central de disputa. Somente transformando nossa indignação em mobilização, ocupando as assembleias, conselhos e pressionando o governo e reitorias, seremos capazes de romper esse ciclo de desinvestimentos.