Greve Nacional da Educação: mobilização em defesa da educação pública
Café Popular em Vitória da Conquista

O primeiro dia da Greve Nacional da Educação (2 de outubro) foi marcado por atividades de diálogo com a população sobre problemas enfrentados pelas universidades e escolas públicas. Os ataques realizados pelos governos em âmbitos nacional, estadual e municipal foram considerados convergentes, pois fazem parte da lógica de mercantilização da educação. Professores da Uesb participaram do Café Popular realizado em Vitória da Conquista, roda de conversa na sede da Adusb em Jequié e de ato público na cidade de Itapetinga. 

Vitória da Conquista

Os diversos setores da educação denunciaram a grave situação da educação pública, na Praça 9 de Novembro. Um café foi servido à população enquanto se dialogava sobre os ataques dos governos Herzem Gusmão, Rui Costa e Bolsonaro.  

“A gente está sofrendo cortes de investimentos. A Ufba estava devendo em agosto R$ 16 milhões só de energia, então está faltando dinheiro para a gente continuar mantendo a universidade. Diversos programas de pós-graduação, projetos de pesquisa e extensão tiveram verbas cortadas. Bolsas foram cortadas também, então isso compromete a universidade como um todo, a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão, que são importantes não só para o desenvolvimento da universidade, mas de toda população”, criticou Diogo Souza, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Universidades Públicas Federais no Estado da Bahia (Assufba). Estudantes e professores da Ufba também estiveram presentes na atividade, denunciando os efeitos do Future-se, projeto para privatização das instituições de ensino superior federal. Também foram denunciados os cortes orçamentários, que se acumulam desde a virada neoliberal no governo federal, em 2014, e que se acentuaram agora no governo Bolsonaro.

Para Suzane Tosta, diretora de relações sindicais da Adusb, “na Bahia, essas políticas privatistas também estão sendo levadas a cabo pelo governo Rui Costa. Nós tivemos notícia recentemente que uma deputada do PSL busca fazer com que diversos serviços das universidades públicas (Uesb, Uefs, Uneb e Uesc) sejam cobrados, por exemplo, serviços médicos, serviços de odontologia, que tem como caráter atender a população vulnerável, a população carente. Isso é um prejuízo muito grande para a sociedade, que não tem condição de pagar particular, que vai deixar de ter acesso a esses serviços oferecidos pelas universidades públicas”.

No que se refere à educação municipal, servidores denunciaram a intransigência do governo Herzem Gusmão, que se recusou a abrir o diálogo para negociações com as categorias. A precariedade das condições de trabalho e estudo na zona rural também foram criticadas. “Fizemos visitas a mais de 30 creches e escolas de turno integral e nós pudemos presenciar na prática como são maltratados os profissionais de educação do campo e as crianças do campo”, apontou Nívia Mendes, secretária geral do Sindicato do Magistério Municipal Público de Vitória da Conquista (SIMMP). A dirigente sindical informou sobre o fechamento de mais de 30 escolas do campo desde o ano passado e que o SIMMP continua a receber denúncias neste sentido.

Jequié

Foi realizada uma roda de conversa com professores e estudantes da Uesb, que abordou “pontos que fazem parte do cotidiano da universidade, como a questão das organizações sociais, a privatização do ensino, a não realização de concursos para professores efetivos e funcionários, questão do financiamento, a política de permanência e assistência estudantil”, contou Ana Angélica Barbosa, diretora da Adusb. Problemas de saúde mental relacionados ao momento político e social foram relatados pela comunidade universitária. Foi tirado como encaminhamento buscar um diálogo com a reitoria sobre o adoecimento mental e de ampliar o projeto de atendimento psicológico para os campi de Jequié e Itapetinga.

Itapetinga

Professoras e professores da Uesb realizaram ato público com APLB e IFBaiano para denunciar os ataques dos governos Bolsonaro e Rui Costa. “Dialogamos com a população a respeito do projeto do capital para a privatização das instituições de ensino: o programa Future-se ou o programa Fature-se. A população tem entendido os ataques e a importância da defesa de uma educação pública, financiada com recursos públicos e mais inclusiva”, ressaltou Andrea Gomes, vice-presidente regional da Adusb.                                                        

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