4º Congresso: Contribuições Globais norteiam debates de delegados e delegadas
Delegação da Adusb no 4º Congresso da CSP-Conlutas

Entidades e organizações que compõem a CSP-Conlutas apresentam Contribuições Globais que norteiam debates no congresso

 

O 4º Congresso da CSP-Conlutas dedicou a parte da tarde desta quinta-feira (3) às Contribuições Globais apresentadas por entidades e movimentos que compõem a Central.

 

Ao todo, quinze textos foram apresentados, enriquecendo o debate de ideias e a elaboração coletiva. As intervenções trouxeram importantes avaliações e desafios para a Central e para a classe trabalhadora no próximo período. Os textos abordaram desde a análise da conjuntura internacional e nacional, assim como o  balanço do último período da Central, propostas de plano de ação, entre outros temas.

 

As análises, caracterizações e políticas diversas apresentadas na tarde neste primeiro dia de congresso marcam os debates que serão realizados nos grupos de trabalho.

 

Cada expositora e expositor tiveram seis minutos para apresentar a contribuição, tendo a ordem de apresentação definida por sorteio.

 

Confira abaixo as contribuições:

 

Professora e oposição à atual direção da Apeoesp, Paula apresentou a Contribuição “Fortalecer um Sindicalismo Combativo que organize a classe trabalhadora brasileira para a garantira e conquista de direitos”. Primeira participação no congresso da Central, a dirigente reivindicou o papel da CSP-Conlutas na condução das lutas da classe trabalhadora e na disputa pela direção da classe compreendendo que este é um momento difícil diante do governo Bolsonaro. “É fundamental uma central que organize a luta do povo brasileiro e precisamos apontar como desafios ao sindicalismo a estratégia anticapitalista e a derrota Bolsonaro, defendeu também a integração com movimentos populares, contra as opressões e a defesa do meio ambiente.

 

 

Paula representou os coletivos Avançar nas lutas (Sindsprev), Oposição Sind. Trab. Munic. Vinhedo, 1º de Maio, Quinze de Outubro e oposições da saúde estadual de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Vinhedo e da Unicamp.

 

O texto defendido por Sirlene Maciel da Secretaria Executiva Nacional da Central expressou as concepções da Resistência, Conspiração Socialista, Ruptura Socialista (Piauí) e Para um Novo Começo.

 

“Unir a classe trabalhadora para defender os direitos, as liberdades democráticas e combater o neofascismo”, o título deu o tom da defesa da dirigente, que apontou o aprofundamento do neofascismo no mundo e no Brasil a partir da grave crise do capital que impõe ataques aos direitos dos trabalhadores.

 

 

“Ninguém duvida que temos um preso político no país”, disse referindo-se ao ex-presidente Lula. Ao criticar o que chamou de “golpe de 2016” contra a ex-presidente Dilma Rousseff, Sirlene defendeu uma frente única, de unidade nas lutas, com todas as centrais, todos os movimentos e o apoio do 4º Congresso da CSP-Conlutas ao Fórum Sindical e Popular.

 

José Dalmo do judiciário de São Paulo apresentou “Unir a esquerda anticapitalista para organizar a classe contra os patrões e seus governos”, representando o grupo Emancipação Socialista e independentes.

 

“É fundamental a unidade da esquerda anticapitalista. Uma ação política contra o sistema capitalista”, defendeu afirmando ser necessário a revolução socialista.

 

 

Dalmo alertou ainda que direita não está somente no poder, mas também no meio da classe trabalhadora. “Por isso é preciso disputar na base a consciência dos trabalhadores”, disse. Ele defendeu a realização de um encontro nacional da classe trabalhadora para ampliar a direção da classe com outros setores do movimento.

 

“Bolsonaro e os ataques aos direitos e liberdades democráticas! Unidade dos socialistas para construir uma alternativa política para a classe trabalhadora no Brasil”, defenderam o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas  Joeferson Almeida e a trabalhadora da saúde do Rio Grande do Norte Sonia Godoi. O texto foi assinado pelo Bloco de Resistência Socialista LSR/GAS.

 

 

O dirigente apontou como balanço erros da Central no processo do impeachment de Dilma [ao não defendê-la] e por se isolar, segundo ele, na condução das lutas dos trabalhadores.

Sonia criticou a central apontando métodos burocráticos em sua condução.

 

De acordo com o professor municipal de São Paulo Juarez Santana, do GOI/Palavra Operária, é preciso construir a unidade na luta. Acusou de traidoras as direções que ajudam salvar o capitalismo em crise e exemplificou no Brasil o PT, PCdoB e as direções que criticou como burocráticas do movimento, entre elas CUT, Força Sindical, UGT e outras.

O dirigente também a unidade de ação com as centrais burocráticas. “Impede que avancemos em setores que são da base da burocracia. “Precisamos avançar. Há uma degeneração burocrática. É preciso refletir sobre a divisão no campo sindical”.

 

Neida Oliveira, integrante da Construção Socialista e da Secretaria Executiva Nacional da Central, defendeu que muito se avançou, saudando principalmente as mulheres que foram vanguarda de lutas importantes recentemente.

 

“Avançamos em muitas coisas, saudar as camaradas mulheres”, resgatou a conquista à paridade de homens e mulheres na Secretaria Executiva Nacional da Central. “No último congresso aprovamos uma resolução importante e também tínhamos que construir as condições para que essa paridade se reproduzisse nos estados para que companheiras mulheres tivessem condições de assumir a direção”.

 

 

Além disso, defendeu ampla unidade de ação. “Discutir política nesse congresso significa não reafirmar a autoproclamação, hoje é necessário a mais ampla unidade de ação para combater esse governo fascista e central ver como organizar a classe trabalhadora”, ressaltou Neida.

 

Unidos pra Lutar, Coletivo Feminista Marielle Vive e independentes tiveram o texto apresentado pela professora de São Paulo Nancy Galvão e a integrante da Secretaria Executiva Nacional Silvia Leticia.

 

Abordaram os planos de ajuste de todos os países que têm gerado mais crises sociais e também destacaram a luta das mulheres, “protagonistas dessa nova onda”, salientou Nancy.

 

Silvia reforçou que sob o governo Bolsonaro está aberto um processo importante da classe trabalhadora que é a disputa da direção do movimento. “É importante fazer unidade, mas para lutar”, frisou.

 

O professor do Sepe (RJ), Danilo Serafim e Heloise Rocha do Sintepp, representaram o Mover/MÊS e apontaram os ataques que sofrem os trabalhadores em diversos países e as respostas por meio de lutas que vem ocorrendo, defendendo uma articulação internacional cada vez mais necessária.

No Brasil, as derrotas que vem sofrendo o movimento sindical em decorrência da própria burocratização as afirmou Danilo: “Ao contrário do 14 de junho e de ontem que foi aprovada a reforma da previdência, o 15 e 30 de maio colocaram milhões de jovens nas ruas, é preciso apostar nesses jovens, mulheres, educação e movimento negro e movimento popular”.

 

A dirigente do Sepe (RJ) Barbará Sinedino do Combate – Classista e Pela Base, reforçou a importância da unidade para enfrentar o inimigo [governo Bolsonaro], “Mas também é importante ressaltar que nossos inimigos não estão se entendendo”, disse referindo-se ao governo.

 

 

A professora também ressaltou a importância das mulheres nos mais recentes processos de lutas e denunciou o papel das centrais sindicais que vinham negociando a reforma da Previdência.

 

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves, defendeu a contribuição do Bloco Classista Operário e Popular, denunciando o governo ultraliberal e ultraconservador de Bolsonaro, que estimula violência contra trabalhadores do campo, indígenas e quilombolas.

 

Mesmo assim, diante disso afirmou: “Enquanto muitos disseram que os trabalhadores eram fascistas, fomos dialogar com os trabalhadores”.

Para tal exemplificar estabeleceu uma metáfora: ”Quem orientar os trabalhadores para ficar na defesa ou ataque é o técnico, no nosso caso são os dirigentes”.

 

Segundo o dirigente , a CSP-Conlutas segue lutando, mas as principais sentam com o governo pra negociar, por isso não é verdade que a classe está derrotada. “Tivermos diversas greves e é preciso afirmar que a saída não é eleitoral, como fala o PT e algumas correntes do Psol, a frente única é pra lutar. O Lula livre divide a classe, por isso não defendemos.” Finalizou dizendo que é preciso construir uma sociedade socialista.

 

A apresentação de Socialismo ou Barbárie e independentes apontou o giro à direita e polarização da luta de classes mundialmente. O Brasil é parte desse processo e é necessário derrotar o governo Bolsonaro nas ruas. “Para avançar contra o capital na luta socialista precisamos derrotar Bolsonaro e dizer Fora Bolsonaro!”, salientou.

 

Marcelo Plabito, do Movimento Raça e Classe, parte da diretoria do Sintusp apresentou a contribuição “Os capitalistas devem pagar pela crise”. Avaliou a conjuntura de um momento difícil em que na semana a reforma da previdência está sendo aprovada no senado. “Precisamos discutir qual o programa e a estratégia da nossa classe para derrotar os golpistas e os capitalistas, uma estratégia pra enfrentar a crise”.

Lamentou a política do “Fora todos” política encaminhada pelo PSTU, que segundo o dirigente significava legitimar o avanço do autoritarismo no País, assim como fazer unidades com as centrais sindicais que mais uma vez traíram o movimento.

 

A dirigente do Sinasefe Magda Furtado, da Secretaria Executiva Nacional da Central, considerou vitorioso ver esse congresso vigoroso mesmo nessa situação adversa.

 

Na contribuição “Resistir e Lutar em defesa dos direitos da classe trabalhadora” da Combate – Classista e Pela Base, Magda definiu o momento com fortes ataques pelo capitalismo. “Mas ao mesmo tempo em que avança a extrema direta, avançam as lutas. Greves, em Hong Kong, França”, complementou.

Denunciou o papel das outra centrais, enquanto a CSP-Conlutas esteve nas ruas à frente das lutas. “Temos que ir além de nós, não podemos nos isolar. A Central precisa tomar a dianteira como fez com a frente da Unidade de Ação. Chamamos a Central para estar à frente de um congresso da classe trabalhadora para chamar os trabalhadores para ir às ruas para derrotar Bolsonaro”, defendeu Magda.

 

Da oposição da Apeoesp e Sinpeem, os professores Ana Raquel de Oliveira e Gustavo Tadeu reafirmaram a crise mundial do capitalismo que arrasta a milhões à miséria com os ajustes em diversos países. Por isso é necessário defender o não alinhamento do Brasil com os Estados Unidos e qualquer alinhamento com as potências imperialistas que tendem a atacar profundamente os trabalhadores, principalmente dos países subservientes.

“A tarefa da classe operaria é a defesa da ação direta e de seus organismos de luta, a estratégia da revolução”, frisou Ana Raquel.

 

O presidente do Andes-SN, Antonio Gonçalves, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, falou que o Conad, Conselho Nacional do Andes, fez um balanço duro da Central, mas aprovou por ampla maioria a permanência na CSP-Conlutas.

 

Definiu o momento em que há crise do socialismo real e das esquerdas que acredita estar fragmentada o que contribui para a construção desse governo de extrema direita.

 

Segundo Antônio, terá que se conviver militância pentecostal por muito tempo e o ideário de criação da CSP-Conlutas com o processo de reorganização, levando em conta a construção da CSP-Conlutas, precisa avançar.  “O Andes-SN está no Fórum Sindical e Popular para romper com o nosso isolamento e não conseguiremos nos mostrar como alternativa”, reforçou.

 

Após as apresentações globais teve início a mesa de conjuntura.

 

Via: cspconlutas.org.br/