Exigimos resposta para a pergunta: quem mandou matar Marielle?

Quem mandou matar a deputada Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes? Essa pergunta segue sem resposta e a solução para esse crime bárbaro ainda parece longe do fim. Em 14 de março, sábado, completam-se dois anos desse assassinato e os governos e a polícia não encontraram justiça para o caso. Estão previstas atividades de repúdio contra a não resolução para o crime e em memória da parlamentar e de seu motorista.

As ações de ruas foram canceladas devido à pandemia ocasionada pelo surto de coronavírus no país. Apesar da não realização de grandes atos públicos, é um dia de denúncia e protesto.

 “Pensando na nossa responsabilidade enquanto Instituto Marielle Franco de não aumentar o risco de contaminação, decidimos alterar a programação do nosso Dia de Ações por Marielle e Anderson, cancelando as atividades que reuniriam grandes quantidades de pessoas”, salientou em nota o Instituto Marielle Franco, um dos organizadores das manifestações.

Dois anos sem resposta

As investigações seguem marcadas por falhas na perícia e denúncias de obstrução da Justiça. É notório que esse crime teve motivação política, envolvendo poderosos e milicianos. Mas até o momento os governos e a polícia não encontraram justiça para o caso, que comoveu o país.

Marielle e seu motorista foram assassinados a tiros em 14 de maço de 2018,  quando voltavam de carro de uma atividade que a deputada havia participado.

O caso ganhou repercussão mundial e nacional por ser reconhecido como um atentado aos direitos democráticos. O assassinato da deputada aponta para a tentativa em silenciá-la, já que seu trabalho também era de denúncia contra grupos milicianos que atuavam no Rio de Janeiro.

Fortes indícios apontam para essa suspeita de silenciamento. Uma testemunha do caso, que trabalhou para um dos mais violentos grupos paramilitares do Rio fez um depoimento à polícia, em maio de 2018, em que relatou que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM Orlando Oliveira de Araújo queriam a morte da vereadora.

Em março de 2019, o PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz foram presos na operação como suspeitos de participarem da executar Marielle e Anderson.

Outro gravante para o caso é a ligação de Bolsonaro com Queiroz, um dos suspeitos de envolvimento.

O ex-policial Élcio de Queiroz, acusado de ser o motorista que dirigiu o carro de onde saíram os tiros que assassinaram Marielle e Anderson, esteve horas antes do crime no condomínio onde morava Bolsonaro.

A denúncia foi feita pelo porteiro do prédio, que relatou visitas ao presidente feitas por Queiroz.

No dia 31 de março haverá um julgamento na 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidirá sobre o caso passar a ser investigado pela justiça Federal.

Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, questionou a vagarosidade nas investigações.

A CSP-Conlutas segue nas lutas para exigir justiça para Marielle e Anderson. É preciso punição aos assassinos e mandantes envolvidos e resolução desse crime até hoje sem respostas.

Via CSP-Conlutas