Pandemia: 450 mil mortes, nova cepa e terceira onda

O Brasil segue registrando um patamar altíssimo de casos e óbitos diários na pandemia e, na segunda-feira (24), ultrapassou a marca de 450.026 mortes pela Covid-19. Foram 50 mil óbitos depois de apenas 25 dias do registro de 400 mil mortes. Um dado que revela o descontrole da pandemia no país.

Nos últimos sete dias, a média de vidas perdidas foi de 1.881 pessoas por dia. Já os casos confirmados totalizam 16.121.136 brasileiros contaminados, com uma média móvel diária de 65.719 diagnósticos nos últimos setes dias.

Segundo monitoramento da Info Traker, realizado pelas universidades estaduais paulistas USP e Unesp, pela primeira vez em dois meses, a taxa de contágio (Rt) do novo coronavírus ultrapassou o teto em todo o Brasil. A taxa média nacional verificada foi de 1,12. Isso quer dizer, que cada 100 pessoas transmitem o vírus para outras 112 que, por sua vez, devem infectar ao menos 125.

O quadro de vacinação lenta, a circulação da nova variante indiana do coronavírus e a flexibilização nas medidas de isolamento social patrocinada por vários governos nas últimas semanas fazem cada vez mais especialistas alertarem para uma “terceira onda” no país.

Leia: Pesquisadores alertam sobre terceira onda da pandemia no Brasil

Na última quinta-feira (20), o governo do Maranhão confirmou a primeira infecção pela nova variante “B.1.617.2”, originária da Índia, até então inédita no país. A vítima é um indiano de 54 anos, tripulante do navio Shandong da Zhi, vindo da África do Sul, que está em estado grave.

O Brasil segue sendo o segundo maior em número de mortes pela Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos (589 mil). A Índia ocupa o terceiro lugar com 303.720 óbitos registrados. Em número de mortos por 100 mil habitantes, o Brasil está na 11ª posição, segundo a Universidade Johns Hopkins, que monitora os números da pandemia no mundo.

Já em relação à vacinação, que comprovadamente está sendo eficaz para conter a letalidade do vírus, o país segue a passos de tartaruga. Apenas 9,89% da população brasileira (20. 935.857) recebeu as duas doses da vacina, quantidade necessária para a imunização completa contra a Covid-19.

Bolsonaro segue política genocida

Apesar do grave cenário e dos alertas preocupantes feitos por vários especialistas, Bolsonaro segue com sua política genocida a todo vapor.

No último domingo (13), em mais uma demonstração de deboche e descaso com as mais de 450 mil vítimas fatais nesta pandemia, ele promoveu uma nova manifestação com apoiadores, marcada por aglomeração,  falta do uso de máscara e ataques às medidas de prevenção à Covid-19.

Em vídeo, gravado nesta segunda-feira (24), o presidente do Conselho Nacional de Saúde Fernando Pigatto denunciou que Bolsonaro “continua comemorando as mortes” por covid-19 e “trabalhando em favor da proliferação do vírus”, no momento mais grave da pandemia no Brasil. “O presidente da República continua comemorando as mortes, agora com passeios de moto, atos políticos. Continua aglomerando, sem usar máscara, sem tomar vacina, ou seja, trabalhando a favor da proliferação do vírus que tem causado mortes, adoecimento, tristezas, dor a muitas famílias no nosso país”.

Ele deve ser um dos próximos a serem ouvidos na CPI da Covid-19 em curso no Senado.

A cada semana, os depoimentos, como do ex-ministro Eduardo Pazuello, entre outros, revela como o governo de ultradireita de Bolsonaro e Mourão tem colocado em prática um verdadeiro plano de morte dos brasileiros nesta pandemia, com uma postura negacionista, de boicote à aquisição de vacinas e medidas de prevenção à Covid.

Contudo, até agora, apesar de membros do governo mentirem descaradamente, como fizeram Pazuello ou o ex-secretário das Comunicações Fábio Wajngarten, ninguém foi sequer preso, como prevê o regulamento da CPI. Isso porque a tropa de choque governista age para que a CPI se transforme numa grande pizza.

É neste cenário que as manifestações convocadas para o próximo dia 29 de maio (sábado) ganham uma grande importância para a necessária mobilização nacional contra os ataques desse governo genocida.

A CSP-Conlutas defende que a luta para botar para Fora Bolsonaro e Mourão é para agora. Somente com luta, será possível garantir vacina para todos e todas; a quebra das patentes; auxílio emergencial de, no mínimo, R$ 600; apoio financeiro aos pequenos comerciantes; defesa do emprego e direitos; contra as privatizações e a reforma administrativa e demais demandas da classe trabalhadora brasileira.

Via cspconlutas.org.br