Adusb vai às ruas no 7 de setembro pelo Fora Bolsonaro e em defesa da democracia

A classe trabalhadora brasileira, neste 7 de setembro, não temeu a repressão dos grupos antidemocráticos e novamente ocupou as ruas para combater o presidente genocida. O tradicional Grito dos Excluídos clamou em todo país pelo Fora Bolsonaro. A Adusb esteve mobilizada em Vitória da Conquista.

Manifestações Antidemocráticas

Na noite do dia 6 de setembro, apoiadores do governo Bolsonaro ocuparam a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Uma das suas principais pautas é o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), um gravíssimo ataque à democracia no Brasil.

A secretária regional da Adusb, Silvana do Nascimento, avalia que “presenciamos uma minoria da população brasileira a se manifestar nas ruas de forma altamente antidemocrática. Minoria que se posiciona em defesa da intervenção militar, ameaças a ministros do Supremo e ao Congresso, a volta do voto impresso e tantas outras reivindicações esdrúxulas. Vivemos uma escalada alarmante da fome, desemprego, miséria e violência, que estão estruturadas nos cortes orçamentários destinados aos setores públicos da Educação, Saúde, Cultura e Meio Ambiente. Recentemente acompanhamos notícias de filas para compra de ossos em lugar de carne como alimento. Isso é desumano! Mas, a tal minoria não se importa com a miséria que assola a nossa nação. Pelo contrário, busca defender o indefensável, pois esse ato não abafa os 64% de rejeição que esse desgoverno apresenta diante o povo brasileiro”.

Alexandre Galvão, presidente da Adusb, ressaltou que, neste 7 de setembro, “o Brasil todo vai dizer não ao golpe. O Brasil todo vai dizer que nós estamos lutando pela democracia e não vai ser um capitãozinho fascista que vai nos tirar da rua, porque a rua é nossa. A rua é da classe trabalhadora e aqui neste país não vai ter ditadura!”.

O Grito dos Excluídos

Diretoria da Adusb faz fala durante o Grito dos Excluídos em Vitória da Conquista

As manifestações antidemocráticas promovidas pelo governo federal não foram suficientes para intimidar a população brasileira, que realizou mais de 200 atos públicos por todo país. Em diversas localidades o tradicional Grito dos Excluídos, cortejo realizado no dia 7 de setembro desde 1995 pelas pastorais ligadas à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e movimentos sociais, incorporou a pauta do Fora Bolsonaro.

O representante do Conselho Arquidiocesano de Leigos e Leigas de Vitória da Conquista, Marcelo Neves, entende que o Grito dos Excluídos sempre foi fundamental, entretanto a conjuntura atual apresenta desafios. “A gente tem vivenciado muita perda de direitos da população menos favorecida, o Grito se intensifica na sua importância. A gente tem lutado por moradia, por comida, por emprego, pelo mínimo de sobrevivência da população, por isso a sua grande importância. Um Grito que denuncia as mazelas, principalmente do ponto de vista do Estado, que não chega para acolher, mas chega para oprimir e é isso que a gente vem denunciar. Todo um sistema que exclui, e por isso mesmo, a gente quer ser o grito daquelas pessoas excluídas”, afirma.

Adusb fortalece mobilização

Em Vitória da Conquista, o Grito dos Excluídos, a partir da articulação do Fórum Sindical e Popular integrou a pauta do Fora Bolsonaro. A atividade realizada na Praça Sá Barreto também contou com diálogo inter-religioso. Sindicatos, movimentos sociais, coletivos, partidos políticos e representações de religiões diversas fortaleceram a unidade em defesa da vida.

“A Adusb integra mais um ato do Grito das Excluídas e dos Excluídos, um movimento que sempre está na rua em 7 de setembro para denunciar a falta de trabalho, a falta de igualdade social. Nesse momento, nós estamos aqui também para denunciar a PEC 32, a PEC da corrupção, a PEC das rachadinhas. Também para falar que nós queremos para a classe trabalhadora do campo e da cidade mais educação, comida na sua mesa, mais trabalho e por um respeito ao meio ambiente, aos povos originários”, afirmou a vice-presidente da Adusb, Andrea Gomes, que participou da atividade em Vitória da Conquista.

O marco da independência do Brasil e do patriotismo, exaltados no 7 de setembro, foram criticados por Suzane Tosta, vice-presidente da Adusb. “Lutamos por justiça social. Nós temos história, nós somos a classe trabalhadora. Somos nós que construímos a riqueza desse país e nós estamos aqui para lutar por ela. Nós não estamos aqui para reforçar o discurso patriótico não, porque discurso patriótico é o discurso da dominação. É o discurso de quem sempre se apropriou das nossas riquezas. É o discurso de quem se apropriou das nossas florestas, fomentando grilagem, morte, expropriação dos povos originários”, pontuou.

Ferdinand Martins, diretor sindical da Adusb, defendeu a permanência das mobilizações populares pelo Fora Bolsonaro e chamou atenção ao papel do Fórum Sindical e Popular de Vitória da Conquista, que “construiu esse ato, e vem construindo outros atos, para demonstrar que os trabalhadores, os estudantes e a juventude não temerão os fascistas e não temerão esse governo, que a todo momento tenta esticar as cordas. Porque ele sabe que, na hora que tivermos oportunidade, vamos tirar ele da presidência da república”.