Mortes, desemprego, inflação, fome e destruição do país: mil dias do governo Bolsonaro

O governo Bolsonaro e Mourão completa mil dias de gestão nesta segunda-feira (27) e para “comemorar” a marca simbólica, o governo anunciou uma agenda medíocre de eventos e inaugurações, como a entrega de 10 km de asfalto em duas rodovias na Bahia, concessão de aeroporto e estradas.

Uma programação fake como tudo que vem deste governo e que tenta reverter a acentuada queda de popularidade de Bolsonaro. O presidente de ultradireita chega aos mil dias de governo com a pior avaliação em comparação a outros ex-presidentes que chegaram a essa marca de mandato, segundo levantamento do site Poder360. Bolsonaro só “ganha” de Collor, que sofreu impeachment no 1.020° de governo.

De acordo com pesquisa do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), divulgada na semana passada (dia 22), 53% consideram o governo Bolsonaro “ruim” ou “péssimo”; 23% avaliam como “regular” e apenas 22% aprovam o governo. São os piores números para o governo desde seu início.

Em meio à pandemia, o governo verá nos próximos dias a divulgação do relatório final das investigações da CPI da Covid no Senado, que deve imputar crime de responsabilidade a Bolsonaro por conta da condução na crise sanitária, marcada por negacionismo, mortes e corrupção.

Tragédia social

O fato é que na vida real, este governo é uma tragédia social. Temos um país em luto com quase 600 mil mortes na pandemia, inflação disparada, desemprego recorde, aumento da fome, aprofundamento da crise econômica e liberdades democráticas ameaçadas.

São dois anos e sete meses de uma gestão que piora a cada dia as condições de vida da população, principalmente dos trabalhadores e mais pobres, e que está destruindo o país.

A CSP-Conlutas tem reafirmado que apostar numa saída eleitoral apenas em 2022 significa mais destruição e ataques ao povo, sem falar que Bolsonaro já demonstrou que seu plano é dar um golpe para impor uma ditadura e se manter no poder a qualquer custo. Por isso, a luta pelo “Fora Bolsonaro e Mourão, já!” é a tarefa mais urgente para a classe trabalhadora, suas organizações e entidades democráticas.

“No próximo sábado, dia 2 de outubro, data definida por mais de 80 organizações e partidos como um novo dia nacional de protestos pelo Fora Bolsonaro, precisamos intensificar nossa luta, levando milhões de manifestantes às ruas e, mais do que isso, discutir a preparação de uma Greve Geral que pare o país e coloque esse governo contra a parede”, afirma Atnágoras Lopes, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Um governo genocida, corrupto e inimigo do povo

O Brasil está na UTI.  Confira abaixo como os principais problemas que afetam a população têm a ver com a política deliberada do governo, que age apenas a serviço dos interesses de banqueiros, grandes empresários e do agronegócio.

POLÍTICA DA MORTE

O governo atrasou a compra de vacinas, zombou das medidas de prevenção à Covid-19 e tratou com descaso medidas para salvar vidas, como ficou comprovado com a falta de oxigênio em Manaus (AM). Sem falar, que apostou numa falsa “imunização de rebanho” e em medicamentos como a cloroquina que só aumentaram as mortes no país.

DESEMPREGO RECORDE

O Brasil tem mais de 14 milhões de desempregados, sem falar num exército de trabalhadores informais em condições precárias. A culpa é de Bolsonaro que não combateu a pandemia, agravando a crise econômica, e de suas medidas que reduzem direitos.

VOLTA DA INFLAÇÃO

Em 12 meses, a inflação já está próxima de 10% (IPCA 9,68%). O feijão está 40,3% mais caro. O arroz 32,7%. A carne, cada vez mais rara no prato, 30%. Até o repolho acumula alta de 75,3%. O óleo de soja segue o mesmo caminho, ficando 67,7% mais caro em agosto.

GASOLINA, LUZ E GÁS DE COZINHA NAS ALTURAS

Preços administrados pelo governo estão sufocando as famílias. Um tarifaço nos combustíveis e na energia aumentaram o litro da gasolina para R$ 7;  o botijão de gás para R$ 105 e a taxa extra da conta de luz em 50%. O país corre risco de viver um forte racionamento de energia e apagões.

CORRUPÇÃO

Bolsonaro e seus filhos estão afundados em esquemas de “rachadinhas”; têm relações com milícias (máfias criminosas que atuam no RJ) e denúncias apontam que o próprio Bolsonaro acobertou um esquema de cobrança de propina na negociação de vacinas e medicamentos contra a Covid.

DESPEJOS, FOME E MISÉRIA

No momento em que famílias enfrentam dificuldades para pagar aluguel, Bolsonaro vetou um projeto que proibia despejos na pandemia. Ocupar é um direito! Em 2020, 19 milhões de brasileiros viviam em situação de fome no Brasil. Apesar dessa situação, Bolsonaro enrolou para pagar o Auxílio Emergencial e reduziu o valor para apenas R$ 150 a R$ 375.

ATAQUES AOS POVOS INDÍGENAS E SETORES OPRIMIDOS

Este governo de ultradireita é machista, racista, LGBTfófico e contra todos os setores oprimidos. Não é à toa que ataca os povos indígenas, mulheres, negros e negras, estimula ações violentas da PM nas periferias, etc. Sem falar na destruição do meio ambiente, para favorecer latifundiários, grileiros, mineradoras, madeireiras e garimpo ilegal.

PRIVATIZAÇÕES E ATAQUES AOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Paulo Guedes e Bolsonaro querem entregar o patrimônio nacional e as estatais a preço de banana. A privatização dos Correios, Petrobras, Eletrobras e outras empresas públicas vai encarecer serviços e piorar o atendimento à população. Com a PEC 32 (reforma administrativa) também ataca os serviços públicos, para privatizar áreas como Saúde, Educação, Previdência e outras e favorecer apadrinhamentos políticos e corrupção.

AMEAÇA AUTORITÁRIA

Bolsonaro sempre foi defensor da ditadura e de métodos como a tortura. Tem relações com milícias. Com constantes ataques antidemocráticos e disseminação de fake news, ele tenta preparar as condições para um autogolpe para se manter no poder e impor um governo autoritário. É preciso deter Bolsonaro. Ditadura nunca mais!

Via cspconlutas.org.br