Paralisação das atividades docentes ocorre com mobilizações nos três campi da Uesb

O dia 18 de outubro de 2023 foi marcado pela paralisação das atividades docentes nas quatro universidades estaduais da Bahia. Em luta contra o sucateamento das instituições, pela autonomia universitária, pelo cumprimento dos direitos trabalhistas e pela reposição salarial, a Adusb promoveu atividades de mobilização nos três campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). 
A paralisação foi indicação do Fórum das ADs após seguidas negativas dadas pela gestão estadual nas tentativas de negociação. A presidenta da Adusb, Iracema Lima, explica que “para todos os pontos da pauta, houve uma resposta negativa, não só para a pauta financeira”. Dentre as reivindicações, estão os 7% da RLI (Receita Líquida de Impostos) para as universidades, o fim da lista tríplice, a garantia da Dedicação Exclusiva e demais direitos trabalhistas para docentes, a mobilidade das/os professoras/es e a reposição salarial. 
O 2º secretário do Andes-SN, Alexandre Galvão, ressaltou a situação alarmante em relação à pauta financeira, visto que “hoje, nós temos um quadro das universidades estaduais extremamente grave. Tudo indica que os governos estaduais seguirão na linha que o governo federal vem se colocando de não negociar reajuste salarial para as/os docentes. Por isso, vamos lutar para que a gente tenha pelo menos a reposição da inflação”. 
Em Jequié, as atividades aconteceram nos turnos matutino e vespertino, com panfletagem pela universidade. A vice-presidente da Adusb no campus, Silvana do Nascimento, afirmou que “sucateando a universidade pública, estamos sucateando também o estado da Bahia”, dialogando com docentes. 


Quanto a esse ponto, Iracema Lima, explanou que “a Bahia é o estado brasileiro que tem o menor número de jovens matriculados em instituições de ensino superior públicas. Quando o governo se recusa a investir aqui na Uesb, ele abre as portas das instituições particulares e o mercado agradece. É uma política do capital!”
A paralisação em Itapetinga foi marcada por um café da manhã no portão principal do campus. “A cada ano que passa, o orçado para as universidades vai diminuindo. No ano passado, dos 5% orçados para a universidade, apenas 3,28% foi repassado”, relembra o professor Edilson Batista, diretor da Adusb no campus de Itapetinga. 


Já em Vitória da Conquista, a mobilização também aconteceu no portão principal do campus da Uesb, com a participação de docentes e discentes. “Eu estou há 23 anos na instituição e, desde então, todas as conquistas que nós obtivemos foi devido à luta do movimento docente”, conta a professora Núbia Regina Moreira, do DFCH, explicando a importância de participar das mobilizações promovidas pela Adusb. 


A assembleia geral do dia 29 de setembro, além da paralisação que ocorreu na última quarta-feira, 18, também aprovou a suspensão das atividades docentes para o dia 21 de novembro de 2023 em repúdio à intransigência do governo Jerônimo Rodrigues. Essa segunda paralisação ainda será debatida no Fórum das ADs.