
A intensa mobilização dos estudantes e comunidade acadêmica pelo adiamento do Enem foi vitoriosa. O MEC (Ministério da Educação) recuou e anunciou nesta quarta-feira (20) o adiamento do exame.
O recuo veio após muita pressão pelas redes sociais via hashtag #AdiaEnem pela não realização do exame diante da crise instaurada no país, após a pandemia da Covid-19.
O Senado também havia aprovado um projeto de lei em 19 de maio pelo adiamento da aplicação do Enem, cujo texto seguiria para votação na Câmara dos Deputados, o que também contribuiu para a decisão do MEC.
A data foi postergada de 30 a 60 dias, em relação ao previsto nos editais, podendo ocorrer a realização do exame em janeiro ou dezembro, em data ainda a ser definida.
Desigualdades
Estudantes moradores das periferias reclamavam que seriam os mais prejudicados já que em diversas regiões do país estão enfrentando dificuldades, seja de acesso à internet e tecnologia para o ensino fornecido à distância (EAD) ou estão com aulas suspensas.
O ministro da Educação Abraham Weintraub esteve contrário ao adiamento da prova e segurou até onde foi possível pela sua realização, chegando a declarar que o Enem não existia para combater injustiças.
O INEP (Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas), ligado ao MEC, e responsável pela aplicação da prova já havia declarado não ter um plano contingência para a realização das provas.
Fatos graves e denunciados pelo movimento estudantil com uma forte campanha que surtiu efeito e conseguiu o adiamento do Enem.
Luta continua por autonomia estudantil e contra o EAD
Essa é considerada uma primeira vitória dos estudantes, mas a luta continua. Os jovens querem autonomia para decidir a melhor data para a realização do exame.
“Essa é uma vitória da mobilização dos estudantes e professores da comunidade escolar e acadêmica, mas a nossa luta tem que se redobrar, após esse fôlego de vitória, porque a gente tem que lutar para que os estudantes possam definir a data de realização do exame e não o governo”, avalia a estudante do movimento estudantil Rebeldia, filiado à CSP-Conlutas, Mandi Coelho.
Além disso, seguem em luta contra o projeto de Ensino à Distância (EAD) que está sendo imposto pelos governos, diretorias e reitorias.
“Seguimos com o movimento pela suspensão do EAD que é uma luta que combate o aprofundamento da desigualdade social na educação”, concluiu a estudante.
Via cspconlutas.org.br