Uma pesquisa feita pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), divulgada nesta segunda-feira (7), revela que 72% da população é contra a volta às aulas presenciais, sem antes ter a vacina de combate à Covid-19. O levantamento foi feito com cerca de 2.500 pessoas, com mais de 18 anos das classes A, B e C, entre os 21 e 31 de agosto, pela internet.
A pesquisa aponta a insatisfação e preocupação legítima dos brasileiros. Esse receio pela volta às aulas em meio à pandemia é respaldado por estudos que confirmam um potencial de contaminação pelos mais jovens que, com o retorno às aulas, deixarão o isolamento social. Pesquisa da Escola Médica da Universidade Harvard (EUA) também reforçou o potencial de disseminação do novo coronavírus pelas crianças, que podem ser mais contagiosas do que os adultos.
Neste sentido, é preciso que os governantes respeitem a vontade dos brasileiros e retrocedam com sua intenção de retorno escolar, mesmo em meio à pandemia. É preciso seguir a denúncia dessa política genocida, que tem consonância com o governo de Bolsonaro, que minimiza o vírus e está levando a população à morte.
Retorno aumenta contágio
A volta às aulas é realidade no estado do Amazonas desde o dia 10 de agosto, com forte denúncia da comunidade escolar contra esse retorno. Em Manaus (AM), os professores chegaram a ocupar a Secretaria de Educação por 30 horas, e nesta semana se reúnem com integrantes da pasta, com a exigência do fechamento das escolas, após o alto índice de contaminação entre professores e alunos desde a retomada do funcionamento das escolas.
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Em São Paulo e no Rio Grande do Sul, os governos estão promovendo uma retomada gradativa da comunidade acadêmica, convocando professores e o corpo diretivo ainda em setembro, para o reforço de alunos, com retorno do calendário escolar previsto para outubro. Os estados do Rio de Janeiro, Piauí, Pernambuco e Pará também já têm datas marcadas para a volta às aulas para o próximo mês. Em todos esses estados existe a resistência e pressão contrária a ess indicativo.
Em São Paulo, a CSP-Conlutas entrou na Justiça contra o retorno escolar neste período de pandemia. No estado, 71% da população é contra o retorno, de acordo com o Ibope.
Ações contra o retorno
A Central está com uma forte campanha contra a volta às aulas no período da pandemia. Um manifesto nacional foi elaborado, assim como cards para as redes sociais contra a o retorno prematuro.
“Vamos fortalecer ainda mais essa campanha, com a exigência de fechamento das escolas durante a pandemia. O ano letivo recuperamos, mas vidas perdidas não temos como reverter”, reforça a integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Joaninha Oliveira.
Acesse os cards da campanha contra a volta às aulas
Contra transferência de estudantes, escola é ocupada no Rio Grande do Sul
Como se não bastasse a preocupação da comunidade escolar com esse cenário de volta às aulas em meio à pandemia, outros ataques seguem em curso.
No Rio Grande do Sul, o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), decidiu pela transferência e fechamento da escola municipal Rio Grande do Sul, tradicional na cidade. Na sexta-feira (4), como forma de protesto, os professores e alunos decidiram ocupar o colégio.
Sem qualquer negociação com a comunidade escolar, móveis e materiais escolares começaram a ser retirados o que causou indignação de todos.
A CSP-Conlutas Rio Grande do Sul apoia a ocupação. A integrante da Secretaria Executiva Nacional da Central Rejane Oliveira manifestou seu repúdio. “É uma vergonha a forma como o governo Eduardo Leite trata a educação e a comunidade escolar. Sua postura é de assalto, seu comportamento é de golpista, que arromba uma escola se apodera dos móveis, dos materiais, da documentação dos estudantes, da história e dos sonhos que fazem parte de uma escola pública. Foge da sua responsabilidade, do seu papel enquanto estado, sem nenhuma seriedade ou dignidade”, frisa.
A ocupação segue com apoio da CSP-Conlutas. Confira o vídeo da Joaninha em apoio à ocupação.
Via CSP-Conlutas.