Petroleiros protestam contra venda da RLAM e privatização da Petrobras em todo o país

Em todo o país, os trabalhadores petroleiros realizaram nesta quinta-feira (18) um dia nacional de lutas contra a venda da refinaria Landulpho Alves, a RLAM. A mobilização denunciou o processo de privatização da Petrobras que vem sendo aprofundado pelo governo Bolsonaro e as consequências que isso trará para os brasileiros.

Ocorreram assembleias, atos, atrasos e paralisações em todas as bases da categoria, representadas tanto pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), como da FUP (Federação Única dos Petroleiros), numa importante unidade que precisam ser ainda mais fortalecida e intensificada.

Ativistas e dirigentes da CSP-Conlutas participaram das mobilizações. O metroviário e integrante da direção estadual da CSP-Conlutas de São Paulo Altino Prazeres participou do ato na RLAM, que na semana passada aprovou greve contra a venda da refinaria.

O dirigente ressaltou a gravidade da entrega do patrimônio nacional que é a Petrobras, destacou que essa política privatista é que está por trás da disparada nos preços do gás de cozinha e dos combustíveis no país e que a luta para barrar esta entrega é de toda a classe trabalhadora.

“A REPLAM é a primeira refinaria do país, a segunda maior em capacidade produtiva, e será entregue para um fundo de investimento árabe por um preço irrisório. O governo ainda planeja vender outras sete refinarias (8) e toda a Petrobras. Um crime lesa pátria que precisa ser barrado”, afirmou.

Entenda

 No último dia 8 de fevereiro, a Petrobras concluiu as negociações de venda da RLAM para o fundo de investimentos internacional Mubadala Capital, dos Emirados Árabes. A refinaria foi entregue por US$ 1,65 bilhão (cerca de R$ 8,87 bilhões), montante 50% abaixo do seu valor, segundo cálculos estimados pelo Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Os sindicatos de petroleiros denunciam que a operação entregará boa parte do mercado de combustíveis do Nordeste a uma empresa estrangeira, gerando monopólio privado, o que contribuirá para a alta dos combustíveis no Brasil, além de demissões.

O Coletivo “Petroleiros Socialistas”, filiado à CSP-Conlutas, denuncia que a venda das refinarias é parte de uma grande negociata com o imperialismo para exportar todo petróleo do pré-sal e o mercado interno se tornar refém da importação de derivados e de um parque de refino nacional dominado pelas multinacionais. “O expoente desta política é o PPI (preço de paridade de importação), que penaliza o povo e enche o bolso dos acionistas e agiotas internacionais”, afirmam em nota.

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