A Câmara dos Deputados rejeitou e arquivou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propunha a volta do voto impresso nas eleições de 2022. O resultado significa uma nova derrota para Jair Bolsonaro que, a cada dia, está mais isolado nas ameaças às liberdades democráticas.
A votação ocorreu na noite da terça-feira (10). Ao final da sessão o placar no plenário marcava 229 fotos a favor e 218 contra. No entanto, para seguir adiante a PEC precisava de ao menos 308 votos favoráveis.
A apreciação ocorreu em um dia atípico em Brasília. Durante a manhã, Bolsonaro protagonizou mais um episódio lamentável de caráter golpista. O desfile de tanques de guerra (verdadeiros cacarecos) repercutiu negativamente até mesmo na imprensa internacional.
Pela cena patética, o desfile de blindados gerou uma enxurrada de “memes de internet”. De qualquer forma, o episódio na Esplanada dos Ministérios lembrou os piores momentos da Ditadura Militar, alertando para os riscos que o governo Bolsonaro ainda representa ao povo.
Plano é tumultuar as eleições
As últimas pesquisas mostram que a popularidade de Bolsonaro derreteu no último período a ponto do governante ter sua tão sonhada reeleição ameaçada. É por isso que a aposta atual do chefe do executivo é lançar dúvidas sobre a legalidade do processo democrático.
A volta do voto impresso é parte deste plano. Considerada por diversos especialistas como um grande retrocesso, a modalidade eleitoral permitiria com muito mais facilidade esquemas fraudulentos ou autoritários, como o voto de cabresto.
Com a seguridade das urnas eletrônicas comprovada, os ataques do presidente vão no sentido de tumultuar o pleito do ano que vem. A ação mira principalmente seu eleitorado mais fiel, procurando obter apoio para medidas antidemocráticas.
Assim como fez o ex-presidente norte-americano Donald Trump, Bolsonaro acusou o processo eleitoral brasileiro de fraude em inúmeras ocasiões. No entanto, quando chamado a apresentar provas de seu discurso, o ex-capitão do exército simplesmente disse que “não tinha”.
Mobilizações devem continuar
Embora parcialmente derrotado, Bolsonaro continua ameaçando as liberdades democráticas. Nas últimas semanas, ele abriu uma verdadeira guerra contra o Supremo Tribunal Federal (STF), chegando a ameaçar com o cancelamento das eleições, caso o voto impresso não fosse aprovado no Congresso.
É por isso que as mobilizações pela campanha Fora Bolsonaro devem continuar e se intensificar. Somente com a classe trabalhadora nas ruas e protagonista da luta será enterrado de vez este governo genocida e autoritário. O próximo dia de mobilização será na quarta-feira (18), com a Greve Nacional do funcionalismo público, que deverá ganhar o apoio de outras categorias com protestos e manifestações.
Via cspconlutas.org.br