No Dia do Servidor Público, manifestações contra PEC 32 ocorrem em todo o país
Protesto unificado de servidores em São Paulo

Muito mais do que uma data dedicada à valorização dos profissionais, o Dia do Servidor Público, celebrado na quinta-feira (28), ficou marcado pela disposição para a luta e a unidade do funcionalismo contra a Reforma Administrativa (PEC 32).

Se o plano do presidente Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia, é atacar servidores municipais, estaduais e federais, a resistência, por sua vez está vindo da unidade destas três esferas. Foi assim no Dia Nacional de Luta realizado na quinta.

Em quase todas as capitais do país ocorreram atos, panfletagens, agitações e audiências públicas com o objetivo de denunciar os perigos do texto que tramita no Congresso Nacional e pode por fim aos serviços públicos gratuitos, incluindo Saúde e Educação.

Pela manhã, o ato de maior destaque ocorreu em Brasília (DF). A capital federal tem sido palco de grandes protestos contra a PEC 32 há mais de seis semanas. O ato começou às 9h, com caminhada do Espaço do Servidor até o Ministério da Economia.

A mobilização continuou no local até o meio dia com dirigentes das dez centrais sindicais, incluindo a CSP-Conlutas, saudando o dia de luta e o esforço que vem sendo realizado pela categoria na batalha contra a PEC 32.

Os trabalhadores do setor público em Salvador (BA) e Fortaleza (CE) também realizaram grandes mobilizações de rua. Na capital cearense, a data marcou o início da Campanha Salarial do funcionalismo no estado.

No Pará, foram registrados protestos de servidores na capital Belém e em Santarém, segunda maior cidade do estado. Em todos os atos, além do fim da Reforma Administrativa, os manifestantes gritavam pelo Fora Bolsonaro.

“É a nossa mobilização, nossa auto-organização que faz com que esses projetos não passem. É assim que estamos segurando a PEC 32, desde 2020, quando Guedes protocolou o projeto na Câmara. É essa a garra dos trabalhadores que constroem o serviço público de excelência que a gente conhece”, afirma Adriana Stella dirigente da Fasubra e da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Unificou!
Os protestos em São Paulo mostraram como a unidade tem sido um elemento chave para ter sucesso na luta. O ato contra a PEC 32 teve início às 16h, na Praça da República, reunindo centenas de manifestantes no centro da maior cidade do Brasil.

Após as falas de dirigentes sindicais e de representantes de categorias do setor público e privado, a multidão caminhou até a Câmara Municipal da cidade, onde servidores municipais protestavam contra as mudanças nas leis da aposentadoria planejadas pelo SampaPrev 2.

Com gritos de “Unificou, unificou, unificou a luta do trabalhador”, as duas mobilizações se uniram, reunindo milhares de pessoas. O ato que unificou as pautas terminou somente por volta das 19h, mesmo com o mal tempo e a chuva.

“Todo serviço público está sendo desmontado para facilitar a vida das empresas privadas. Pra que elas ganhem ainda mais dinheiro. Querem vender a Sabesp, o Metro, a Petrobras. Querem permitir que os estados contratem empresas ao invés de servidor públicos”, afirmou Altino Prazeres integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

No Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS) as mobilizações também aconteceram no período da tarde. Desta forma, o Dia de Luta pode ser considerado um sucesso que propiciou manifestações em todas as regiões do país.

Fora Bolsonaro

Como a Reforma Administrativa é peça chave para que Bolsonaro continue no poder é essencial que a mobilização seja combinada com a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão. Por isso, no Dia do Servidor Público também foi realizado o chamado para fortalecer mobilizações que pedem a saída do presidente.

“O que este governo genocida quer fazer é eliminar todos os serviços públicos. Mas juntos com Bolsonaro, Mourão e Guedes, está também Doria e os prefeitos, além de outros governadores que atacam os direitos da classe trabalhadora”, afirma Adriana.

“É por isso que nós estamos aqui para levantar em unidade a bandeira da defesa dos serviços públicos. Por um serviço gratuito, de qualidade, pro conjunto da população. Pro governo, a população tem ir disputar o lixo para poder comer. É por isso que temos de nos incorporar na luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão, já”, conclui.

 

CSP-Conlutas