Em resposta ao anúncio do Governo Bolsonaro sobre reajuste no salário de policias federais, apresentado durante a Comissão Mista de Orçamento (CMO) na terça-feira (21), representantes do ANDES-SN, em conjunto com a Fasubra, Fonasefe, Sinasefe e outras entidades representantes das servidoras e servidores públicos, se reuniram, de forma virtual, na tarde da última quarta-feira (29) para debater sobre a necessidade da construção de uma greve geral do funcionalismo público já no primeiro trimestre de 2022.
David Lobão, presidente do Sinasefe, destacou sobre a importância da unidade para planejar uma paralisação contra a desvalorização das outras categoriais, que também aguardam receber um reajuste “Todas as servidoras e todos os servidores públicos estão com a perda salarial alta. A maioria está sem reajuste desde 2017, com perdas que ultrapassam 50%. Nós achamos que todos nós merecemos a reposição salarial, queremos que seja para todos e todas, porque nós sofremos com inflação”, ponderou.
Ja Rivânia Moura, presidenta do ANDES Sindicato Nacional, chamou a atenção para a importância de discutir esse momento, reunindo diversas seções sindicais do funcionalismo público, tratando deste assunto. “Quando falamos de reposição salarial, estamos falando de qualidade de serviço prestado, da condição que esse serviço chega ao público. Esse movimento também é uma pauta em defesa do serviço público e é por isso que estamos discutindo esse tema ainda em 2021 para que iniciemos 2022 com nossas deliberações acertadas”, disse.
Rivânia também destacou que o ANDES-SN tem discutido, em diversas atividades, sobre a necessidade de uma greve geral, contra os cortes de orçamento para educação pública e também com o objetivo de barrar PEC 32. “Vamos deflagrar uma greve unitária das servidoras e dos servidores públicos do Brasil, vamos parar e dizer que não aceitamos todo o processo de deterioração dos nossos salários, das nossas condições de trabalho e do serviço público como direito de todos os brasileiros” frisou.
Durante o mês de janeiro, outras reuniões serão marcadas para discutir as pautas sobre a paralisação do serviço público.
Entenda o caso
O Congresso Nacional aprovou o Orçamento da União para 2022 prevendo um valor de R$1,7 bilhão para reajuste das carreiras de policiais federais, causando uma onda de insatisfação em diversas categorias do serviço público, resultando com que 324 servidores da Receita Federal pedissem exoneração até a tarde da quarta-feira (22). Na segunda-feira (27), auditores fiscais iniciaram uma greve contra a não regulamentação do bônus de eficiência, dos cortes de orçamento em 2022 e contra o reajuste direcionado apenas para as carreiras de policiais federais. Segundo dados da Fonasefe, 632 delegados e chefes da auditoria da Receita Federal anunciaram a entrega de cargos, conjuntamente com a deflagração de uma greve.
ANDES-SN