Trabalhadores e trabalhadoras dos Correios realizaram um Ato Nacional, em Brasília, nesta terça-feira (23). A mobilização fez parte da campanha salarial da categoria e mandou um ultimato ao governo Bolsonaro e à direção da empresa: se não negociar, os ecetistas vão cruzar os braços em todo o país.
Os manifestantes reuniram-se por volta das 11h, em frente ao Edifício Sede dos Correios. O ato desta terça foi organizado pela Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), Findect (federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios) e sindicatos.
Na pauta de reivindicações estão o reajuste salarial de 100% da inflação (INPC), do período de 1º de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022, mais R$ 300 de aumento real. Além disso, os companheiros também cobram contratações através de concurso público e a retomada de direitos históricos retirados nas últimas campanhas.
A luta contra a privatização e pela saída dos generais aliados de Bolsonaro do comando da estatal também segue firme, bem como a exigência de vale-cesta de R$ 600, tíquete de R$ 50, vale-cultura no valor de R$ 50 mensais e o retorno dos 70% de férias.
“Este ato unificado teve o objetivo de exigir da empresa a retomada das negociações e que elas ocorram de verdade, pois até agora só houve enrolação e estamos há mais de 22 dias sem negociações”, afirma Geraldinho Rodrigues, trabalhador dos Correios e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas e do Setorial dos Correios da central.
Geraldinho também explica que na quarta-feira (31), haverá assembleias de avaliação da campanha salarial e deflagração de greve. Caso o governo insista na postura autoritária, os funcionários dos Correios irão decretar greve a partir de 1º de setembro.
Intransigência
Outra denúncia dos funcionários dos Correios é a intransigência da direção da empresa comandada em grande parte por militares do Exército próximos à Bolsonaro. Além de realizar apenas oito reuniões de negociação, desde junho, a cúpula da estatal simplesmente recusa-se a dialogar com os trabalhadores.
“Nossa campanha salarial tem sido muito difícil, os generais atuam para dificultar qualquer diálogo. Mesmo assim, a categoria dos Correios é a única que fez greve em todos os anos do governo Bolsonaro. Em 2020, foram 35 dias de paralisação e um grande Ocupa Brasília”, explica Geraldinho.
A CSP-Conlutas apoia a luta dos trabalhadores dos Correios por melhores salários e direitos e contra privatização. A ação direta da categoria será fundamental para arrancar as reivindicações, bem como barrar o processo de entrega da estatal à iniciativa privada planejada pelo governo Bolsonaro.
CSP-Conlutas