Os metalúrgicos da Avibras, indústria do setor de Defesa em Jacareí (SP), estão em greve desde a última sexta-feira (9). Em assembleia nesta terça-feira (13),os trabalhadores decidiram manter a paralisação contra o atraso nos salários até a próxima semana. Uma nova assembleia está prevista para o dia 19.
A empresa não pagou os salários de julho e agosto e já compromete os pagamentos de setembro. O Sindicato cobra um posicionamento em relação aos salários, mas ainda não teve retorno.
Na segunda (12), eles receberam um comunicado interno da empresa alegando que os pagamentos seriam feitos apenas daqui a duas semanas. Porém, a Avibras não divulgou uma data para realizar os depósitos, nem informou se pagará o total devido.
“A fábrica vem desrespeitando seus trabalhadores há meses e não dá satisfação concreta sobre o pagamento dos atrasados. Enquanto isso, pais e mães de família não estão conseguindo pagar suas contas em dia. O Sindicato exige, ao lado dos metalúrgicos, que a Avibras cumpra suas obrigações. Só queremos o que é nosso”, afirma o diretor do Sindicato José Dantas Sobrinho.
Desde março, os operários da fábrica convivem com o medo de perder o emprego. A empresa chegou a demitir 420 pessoas, o que foi revertido pelo Sindicato com muita luta nas ruas e nos tribunais.
Luta por estabilidade
Outra preocupação dos metalúrgicos da empresa é com a proximidade do fim do layoff, previsto para o próximo dia 29 para mais de 500 trabalhadores. A suspensão dos contratos prevê estabilidade no emprego somente para esses metalúrgicos até dezembro.
O Sindicato defende que a estabilidade seja estendida para todos da fábrica, tendo em vista as constantes ameaças de demissão.
A entidade também reivindica que a Avibras adote um sistema de rotatividade, dividindo os metalúrgicos em grupos dos que permaneçam em layoff e dos que ficarão na fábrica, já que a pretensão da empresa é prorrogar a suspensão dos contratos por mais cinco meses.
Essa proposta de rotatividade foi apresentada à Avibras, porém a fábrica ainda não deu um retorno para a entidade. Agora, o Sindicato aguarda o agendamento de uma reunião com a empresa.
A Avibras está em recuperação judicial, mas essa condição não a isenta de cumprir suas obrigações trabalhistas.
Sindicato cobra candidatos
Também desde março, o Sindicato e os trabalhadores cobram uma intervenção do governo federal na grave situação da Avibras. Contudo, até hoje, Jair Bolsonaro (PL) não se manifestou.
Para preservar os empregos, a entidade enviou uma carta aos candidatos à Presidência da República, ao Governo do Estado e ao Senado. A reivindicação é para que, caso sejam eleitos, busquem investimentos do Estado para a compra de equipamentos produzidos pela Avibras.
Por enquanto, somente a candidata à Presidência Vera Lúcia (PSTU) assinou o compromisso. O Sindicato aguarda o retorno dos demais candidatos.
A Avibras é do setor de Defesa e tem cerca de 1.400 trabalhadores.
CSP-Conlutas com informações: Sindmetalsjc. Foto: Roosevelt Cássio/Sindmetalsjc