O novo salário mínimo no valor de R$ 1.320 entrou em vigor nesta segunda-feira (2). Ainda que o valor seja superior ao apresentado pelo governo Bolsonaro (R$ 1.302) e registrar 2,7% de ganho real em relação a inflação do último ano, ele ainda está muito aquém das necessidades das famílias brasileiras.
O último levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) aponta que a quantia deveria ser de R$ 6.575,30, ou seja, cinco vezes superior ao que será pago neste ano.
O cálculo considera alimentação, moradia, vestuário, educação, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas. Os itens são garantidos pela Constituição. O estudo foi feito pelo órgão em novembro de 2022.
O novo salário mínino é aplicável a todos os trabalhadores do setor público e privado, como também para as aposentadorias e pensões e foi previsto por meio de medida provisória em dezembro para substituir o salário mínimo que vigorou em 2022, no valor de R$ 1.212,00.
Inflação: pesadelo recente
O povo brasileiro ainda sente na pele o drama da inflação e piora na qualidade de vida que marcou o ano de 2022. Especialmente a alta dos combustíveis fez o índice que registra o aumento dos preços atingir 12,3% (o maior desde 2003), no ano passado.
O encarecimento da alimentação, dos aluguéis, do preço do gás de cozinha levou os brasileiros a uma situação dramática. São estimadas 33 milhões de pessoas que atualmente enfrentam a fome. Em insegurança alimentar, são mais de 120 milhões.
Vale destacar que o mapa da fome tem gênero e raça. Nos dados de 2020, em 11,1% dos domicílios chefiados por mulheres a fome era realidade, contra 7,7% quando a pessoa de referência era homem.
Das residências habitadas por pessoas pretas e pardas, a fome esteve em 10,7%. Entre pessoas de cor/raça branca, esse percentual foi de 7,5%.
Frente a situação crítica a CSP-Conlutas relançou, em meados de 2022, o Programa Emergencial dos Trabalhadores para Enfrentar a Crise Econômica e Social lançado pela Central, que entre os principais pontos defende a revogação integral da Reforma Trabalhista.
O congelamento dos preços dos combustíveis, alimentos e tarifas, o aumento geral dos salários, a garantia de moradia digna para todos, a suspensão do pagamento da Dívida Pública, são outros pontos defendidos.
Via cspconlutas.org.br