“Toda vez que um justo grita, um carrasco vem calar. Quem não presta fica vivo, quem é bom, mandam matar”
Com os versos de Cecília Meirelles, o presidente do ANDES-SN, Gustavo Seferian começou sua fala de encerramento do 66º Conad, que deu posse à diretoria que estará à frente do Sindicato Nacional nos próximos dois anos.
Depois de três dias de muitos debates, deliberações que atualizaram os planos de lutas e aprovaram as contas do ANDES-SN, o encontro deliberativo chegou ao fim, na noite deste domingo (16). Realizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), pela seção sindical Adufcg SSind, o Conad reuniu mais de 300 docentes de todo o país.
Antônio Lisboa, presidente da Adufcg SSind, agradeceu a presença de todas e todos, o empenho das comissões de organização e o trabalho de todas e todos que ajudaram na realização do 66º Conad. “Acreditamos que os nossos eventos devam ser espaços em que a gente se sinta acolhido, valorizado e com o mínimo de dignidade para desenvolver nossas atividades. Nesse sentido, espero que todos e todas tenham se sentido bem e tenham aproveitado o máximo possível, politicamente, culturalmente e solidariamente, na convivência entre nós”, afirmou.
Durante a plenária de Encerramento, foram aprovadas diversas moções que expressam repúdio às posturas conservadoras e misóginas de parlamentares municipais, estaduais e federais da extrema direita, aos ataques à educação pública, à liberdade de cátedra e às trabalhadoras e trabalhadores da Educação. Também manifestaram apoio às vítimas desses ataques, entre os quais, alguns e algumas docentes da base do ANDES-SN. As moções serão revisadas e, posteriormente, encaminhadas pela secretaria do Sindicato Nacional.
Combate ao Assédio
Representante da Comissão de Enfrentamento ao Assédio no 66º Conad, Caroline Lima, também 1ª secretária do ANDES-SN, comunicou que não houve qualquer denúncia registrada. Ela creditou o resultado ao empenho do Sindicato e de toda a categoria em fazer o enfrentamento coletivo às práticas assediosas nos espaços da entidade.
Carta de Campina Grande
Francieli Rebelatto, secretária-geral do ANDES-SN, fez a leitura da Carta de Campina Grande, documento que sintetiza os debates e as resoluções dos três dias de evento. “Nesta terra, a mulher camponesa e sindicalista Margarida Maria Alves, brutalmente assassinada pelos latifundiários paraibanos, em um dos seus discursos para trabalhadores (as) do campo, nos lembrou com firmeza: ‘É melhor morrer na luta do que morrer de fome’”, resgatou a diretora, acrescentando que as deliberações do 66º Conad foram orientadas por esta memória e sentido de luta.
“Sejamos todas, todes e todos conscientes da nossa tarefa histórica de lapidar e seguir construindo nosso instrumento de luta para que ele esteja afinado com nossos anseios imediatos e históricos da nossa classe e que com isso tocar a melhor música no dia da nossa vitória”, concluiu Francieli, na leitura da Carta.
Construção da unidade
Ao encerrar o 66º Conad, Gustavo Seferian fez um chamado à unidade e ao respeito às diferenças internas. "[Vamos] ouvir cada um e cada uma vocês nos coloca esse dever imperioso, sem perder de conta os nossos princípios mais radicais”, disse o presidente do Sindicato Nacional.
“Nós, certamente, assumiremos isso de corpo e alma no próximo período, para que tenhamos todas e todos vocês cada vez mais próximos e próximas Sindicato Nacional. Mas não só quem está aqui. O conjunto dos sindicalizados e sindicalizadas e além. Queremos mais. Queremos que aqueles e aquelas que se desgarram do ANDES-SN retornem, para ontem, às bases do ANDES-SN”, acrescentou. “O Sindicato ainda é o nosso lugar e a gente tem esse dever”, concluiu Seferian, declarando encerrado o 66º Conad.
Via andes.org.br