Estudantes da Uesb paralisam atividades em reivindicação contra o sucateamento da universidade

Esta terça-feira, 31 de outubro, foi marcada pela paralisação estudantil no campus de Vitória da Conquista da Universidade Estadual da Bahia (Uesb). Seguindo o conjunto de reivindicações do movimento estudantil pelo Brasil, alunos e alunas fecharam os portões da instituição e promoveram uma série de atividades.

A Adusb publicou uma nota em apoio à mobilização e esteve presente nas atividades realizadas pelo movimento estudantil. “Em nome da diretoria da Adusb, quero reiterar o nosso apoio à paralisação. Nós temos o entendimento que as nossas pautas se aproximam,  quando nos referimos aos cortes orçamentários, à falta de concurso e à permanência estudantil. Esse ano, o governo deve utilizar 18 milhões de reais para pagar as bolsas do Mais Futuro. Mesmo se dobrar a bolsa, isso representa menos de 0,04% da RLI [Receita Líquida de Impostos], ou seja, não faltam recursos, falta é vontade política”, explicou o diretor de comunicação da seção sindical, Sérgio Barroso, referindo-se à negativa do governo estadual em reajustar as bolsas do programa de permanência estudantil Mais Futuro, congeladas desde a criação do programa.

Alexandre Galvão, 2º secretário do Andes-SN, também esteve na mobilização representando o movimento docente. “Sem vocês nós não conseguiríamos nem metade do que conseguimos para a universidade. O movimento estudantil é extremamente importante para a luta pela universidade pública” ratificou.

O coordenador executivo da Afus, Márcio Dias, lembrou que “a luta dos estudantes também é a luta dos técnicos, também é a luta dos docentes. A gente tem que caminhar de mãos dadas pela defesa da universidade pública”. 

“Entrar na universidade já é uma dificuldade, permanecer nela é ainda pior, ainda mais com programas de permanência que não remuneram com o real custo de manutenção dos estudantes que muitas vezes vêm de outras cidades”, lembrou o estudante Daniel, da UJC (União da Juventude Comunista)

Quanto a isso, a estudante de economia, Zoé Meira, representante  do MUP (Movimento por uma Universidade Popular), reiterou que as/os estudantes merecem “dignidade, porque quem banca essa universidade somos nós. A gente precisa entender que precisa de professor, mas também precisa de sala de aula, de RU, de Bolsa. E se a gente lutar pela pauta mínima, não vai conseguir pauta nenhuma, visto que a nossa reivindicação histórica não é só 7% da RLI, é 7% para as universidades mais 1% para a permanência estudantil”. 

Larice Ribeiro, integrante do Comando de Mobilização e do Levante Popular da Juventude, afirmou que a paralisação aconteceu “por solidariedade aos nossos companheiros das outras universidades. Também é uma campanha nacional puxada pela UNE, estudantes de diversas universidades estão se movimentando em busca dos seus direitos”.

Jessica Fontes, estudante e integrante do Movimento Correnteza explicou que a pauta de reivindicações precisa avançar. “A gente precisa lutar por uma universidade pública que não só seja da classe trabalhadora, das pessoas indígenas, pessoas pretas, mas também precisamos avançar nas pautas que são do movimento estudantil”, complementou. 

Conheça a pauta de reivindicações estudantis: 

● Reforma dos laboratórios;
● Reforma da residência universitária;
● Criação de um edital de contratações que de fato abasteça os três campi, em especial na área de saúde mental;
● Repasse de aparelhos de acessibilidade às pessoas com deficiência;
● Restaurante Universitário público e gratuito;
● Contratação de professores;
● Ajuste nos auxílios para um único e universal (um salário mínimo);
● Repasse de 7% da Receita Líquida de
Impostos (RLI) para as Universidades Estaduais, com destinagao de 1%
para as políticas de permanência estudantil;
● Estabelecimento de uma mesa de negociação entre os estudantes das UEBA e o Governo Estadual,
● Transporte público gratuito para os estudantes.