Segundo o IBGE, mais da metade, 56,2%, da população brasileira é negra. Porém, pessoas negras são minoria no serviço público, sua remuneração média é menor do que de brancos e estão distantes de ocupar os cargos mais altos na hierarquia.
Dos 39,1 milhões de trabalhadoras e trabalhadores que estão na informalidade, cerca de 24 milhões (61,3%) são pretos ou pardos.
O Anuário de Segurança Pública indica que, no Brasil, 67,5% de presos são negros. Já a pesquisa da Rede de Observatórios de Segurança, com base em dados divulgados pelas secretarias de segurança pública por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostra que de 3.171 registros de mortes por intervenção policial, 2.770 ou 87,35% eram de pessoas pretas. Até março de 2022, 54% das gestantes e puérperas que morreram pela covid-19 eram negras.
Na Bahia, a situação é ainda mais grave. De acordo com dados da pesquisa “Pele Alvo: A cor da violência policial”, da Rede de Observatórios da Segurança, dos óbitos em ações policiais em 2022, 94,76% foi de pessoas negras, um aumento de 300% em relação ao ano de 2015. De acordo com o estudo, a Bahia foi o estado com o maior número de óbitos em ações policiais, no ano de 2022.
Os números mostram que, apesar de serem maioria no país e representar uma camada significativa da população, negras e negros não têm os mesmos direitos da população branca. E, pior, são as maiores vítimas da violência do Estado.
É preciso lutar diariamente para mudar essa realidade.
É preciso lutarmos todos e todas juntos e juntas por uma sociedade mais equitativa.
É preciso lutar. Sempre!