Com assombro e indignação, a diretoria da Adusb tomou conhecimento da ação criminosa perpetrada, de acordo com informações recebidas de várias fontes, por milícias ruralistas, contra o povo da etnia indígena Pataxó Hã-hã-hãe, no domingo (21), no município de Potiraguá, região Sul da Bahia. Os criminosos dispararam com armas de fogo contra as e os indígenas, ferindo várias pessoas e, infelizmente, matando a Majé Maria Fátima Muniz de Andrade, Nega Pataxó. O caso não é isolado. Em dezembro de 2023, o cacique Lucas Kariri-Sapuyá, da mesma etnia, foi covardemente assassinado em emboscada, no município de Pau Brasil, sul da Bahia, crime que segue impune até o momento.
Crimes bárbaros como o assassinato de Nega Pataxó e Lucas Kariri-Sapuyá são evidências de que está em curso no estado da Bahia uma campanha genocida de extermínio dos povos indígenas. Demonstram também que as autoridades estaduais, seja no atual governo de Jerônimo Rodrigues, seja nos governos anteriores, tem falhado cruelmente no enfrentamento necessário para acabar com esse genocídio.
A diretoria da Adusb repudia veemente a violência contra os povos indígenas. Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade a todos os povos indígenas e, em especial, em decorrência das atrocidades do último dia 21, ao povo Pataxó Hã-hã-hãe e às e os familiares da Majé Maria Fátima Muniz de Andrade, Nega Pataxó.
Urge que o governador Jerônimo Rodrigues, que se autodeclarou de origem indígena, comande as autoridades policiais civis e militares para que protejam efetivamente os povos indígenas no estado da Bahia, assim como apurem os fatos ocorridos no dia 21 com rigor e celeridade, identificando executores, mandantes e financiadores das atrocidades cometidas, para que sejam responsabilizados com o máximo rigor da lei.
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22/01/2024
Diretoria da Associação dos Docentes da UESB - Adusb