
“R$ 39,97 pelo quilo do alimento é uma forma de promover a limitação aqui da Universidade. Nossa fome não é lucro porque a gente chega aqui e vê a quantidade de estudantes que não conseguem se alimentar dentro do Restaurante Universitário”, explana o coordenador de assistência estudantil do DCE/Vitória da Conquista da Uesb, Artur dos Anjos, durante manifestação que aconteceu na última terça-feira, 30 de abril.
Na ocasião, o Diretório Central das e dos Estudantes, Gestão Maria Felipa e os Centros Acadêmicos, após debate e decisão coletiva no Conselho de Entidades de Base – CEB, ofereceram feijoada para as/os estudantes por R$1, um valor simbólico para demonstrar que o valor da refeição no RU é exorbitante. Além de não ser acessível para todas/os, as/os estudantes ainda enfrentam filas enormes para conseguir se alimentar. “Alguns estudantes têm acesso por meio do programa de assistência por R$2, mas ainda assim é insuficiente para o número de estudantes da universidade. Estamos mostrando com esse ato que é possível sim que a gente consiga ter comida de qualidade por um valor mais acessível”, afirma o estudante Ramon.
A estudante Lívia Arcanjo explica que a manifestação aconteceu após diversas tentativas de dialogar com a Proapa. “Foi uma tentativa de amenizar esse problema que a gente tem das filas enormes, das comandas que acabam antes de 12h40, do pessoal da noite que não consegue ter acesso ao serviço do RU, que por contrato é garantido, mas na prática não tá sendo cumprido. E aí, no final, essa conta chega pros estudantes”, comenta.
“A gente precisa de mais permanência e assistência estudantil e a Proapa precisa se responsabilizar e resolver essa demanda. A responsabilidade disso não é das trabalhadoras que estão aí dentro [do RU] recebendo, inclusive, o salário baixo e um trabalho precarizado. A responsabilidade disso é do governo do estado, que terceiriza esses serviços. A responsabilidade disso é da reitoria da universidade”, a estudante Jéssica Fontes chama para a reflexão.
Consta no item 9 da pauta interna de reivindicações do movimento docente um Restaurante Universitário de qualidade e com equidade no preço para a comunidade acadêmica:
9. Garantias à segurança alimentar da comunidade universitária, através da criação e/ou reestruturação de Restaurantes Universitários nos três campi, por meio de gestão pública que respeite normas técnicas e de qualidade, e assegure o acesso a todos os segmentos da UESB, com equidade de preço.
O diretor da Adusb, Sérgio Barroso, lembra que “os discentes de Vitória da Conquista fazem essa mobilização por conta dos vários problemas que têm ocorrido com o restaurante universitário aqui no campus de Vitória da Conquista. Questão do preço, das filas, da comida que acaba antes da hora, dos estudantes que não conseguem ser atendidos. É muito importante a gente entender que a situação do restaurante universitário surge também pela falta de um orçamento específico para permanência estudantil no orçamento da Universidade. Por isso que nós da Adusb lutamos para que haja a destinação de 1% da RLI especificamente para a assistência estudantil, porque nós entendemos que o RU tem que ser uma política de permanência Estudantil do Estado”.
Com informações do DCE Maria Felipa