Professoras e professores da UNEB, UESB, UEFS e UESC participaram do Cortejo 2 de Julho, nesta terça-feira, em Salvador. A categoria, através do Fórum das ADs, compôs a coluna "Não Queremos Viver pela Metade", junto a diversos segmentos de servidoras e servidores públicos do estado.
Com a faixa "Pela recomposição das perdas salariais, melhorias no Planserv e respeito aos direitos", o movimento docente marchou da Lapinha ao Pelourinho, reafirmando sua pauta de reivindicações frente ao governo estadual.
O cortejo celebra a Independência da Bahia, em 1823, quando terminam as batalhas que expulsaram as tropas portuguesas do estado. A vitória do povo baiano reforça a defesa das liberdades e o combate ao autoritarismo.
"A memória do 2 de Julho nos dá forças para seguir lutando pelos nossos direitos, por uma educação pública de qualidade e melhores condições de vida e trabalho. O Fórum das ADs está na rua hoje para cobrar ao governo que apresente um plano de recomposição das nossas perdas salariais. Em nove anos, perdemos quase 35% do poder de compra. A proposta de 4,7% em três anos apresentada pelo governo não se refere à reposição. Mostramos aqui nossa força e vamos seguir mobilizados!", disse o professor Marcelo Lins, coordenador do Fórum das ADs.
Reunião ampliada
No dia anterior, segunda-feira (01), as perdas salariais foram tema da reunião ampliada do Fórum das ADs. Cerca de 70 professores/as das quatro universidades estaduais baianas participaram do debate, que contou com apresentação da supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Ana Georgina Dias.
Segundo a economista, os reajustes necessários para a reposição das perdas acumuladas desde 2015, em três anos, deveriam ser de 14,67% para a classe de pleno/a, 14,35% para o nível B e 14,21% para nível a, das demais classes, a cada ano. A proposta leva em consideração as inflações previstas para 2024, 2025 e 2026. Flexibilizando a reposição para quatro anos, os reajustes seriam de 11,77% para plena/o, 11,54% para nível B e 11,43% para nível A, das demais classes, agora considerando também a inflação prevista para 2027.
Saiba mais aqui sobre a proposta do governo e aqui sobre a contraproposta aprovada em assembleia.
Entre as perguntas e colaborações da categoria, foi destacado o avanço em, enfim, o governo abrir a mesa de negociação sobre salário, um mérito da forte mobilização docente. Por outro lado, foi pontuado que a proposta de 4,7% em 2025, 2026 e 2027 não trata de reposição salarial, que é a reivindicação do movimento. Os índices apenas cobririam a inflação prevista para os próximos períodos.
Por fim, Georgina apresentou ainda números que mostram que o governo tem margem orçamentária para atender a pauta de recomposição salarial docente. A arrecadação vem aumentando ano a ano e, em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, o estado tem se mantido consideravelmente abaixo do limite prudencial.
Para saber mais, acesse aqui a análise do DIEESE na íntegra.
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