Na reunião de mesa de negociação dessa quinta-feira (1) o Governo da Bahia respondeu à contraproposta de recomposição salarial apresentada pelo movimento docente. Na nova proposta do governo, ele assume o compromisso de garantir nos próximos quatro anos a reposição da inflação do ano anterior no salário dos (as) docentes. O Fórum das Associações Docentes avaliou a proposta como insuficiente. A data da próxima reunião de mesa de negociação ficou definida para o dia 19 de agosto.
“Considerando o cenário de perdas salariais que a nossa categoria acumulou nos últimos anos, apenas 1% ao ano de recomposição salarial é muito pouco. O estudo do Dieese mostrou que hoje nós temos uma perda que chega a quase 35%. Nessa proposta do governo significa que a nossa categoria precisaria de quase 30 anos para recompor as perdas acumuladas, o que é tempo demais. Na proposta que apresentamos o reajuste era de 11%, considerando a inflação. E esse número foi construído com base em estudos tanto sobre as nossas perdas quanto do cenário fiscal do Estado da Bahia”, defendeu Marcelo Lins, presidente da Adusc e atual coordenador do Fórum das ADs.
Leia na íntegra: contraproposta do governo x proposta do movimento docente.
A contraproposta apresentada pelas Associações Docentes foi aprovada em rodada de assembleias nas quatro ADs e embasada em um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Nele fica comprovado que, num cronograma de reposição parcelado em três anos (2025, 2026 e 2027), para repor as perdas acumuladas desde 2015 e as inflações previstas para 2024, 2025 e 2026, o reajuste deveria ser de 14,67% a cada ano. Segundo Lins, as Associações Docentes já apresentaram mediação em sua proposta ao colocar na mesa 11% de reajuste ao ano, em 4 anos. “Fizemos a nossa parte de flexibilizar e consideramos que um reajuste de apenas 1% de reposição é desrespeitoso. De todo modo, a categoria avaliará a resposta do governo nas assembleias docentes que ocorrerão a partir da segunda semana de agosto”, explicou o professor. Leia o estudo do Dieese aqui.
Além da questão salarial, o governo se comprometeu em debater também na mesa de negociação itens da pauta como: a fila de promoções, dedicação exclusiva e lista tríplice até o mês de outubro. O Fórum reafirmou em mesa de negociação também a centralidade desses pontos.
Confira o vídeo com o resumo da mesa de negociação.
Indicativo de greve e próximos passos
Atualmente, as professoras e professores das Universidades Estaduais da Bahia estão com indicativo de greve aprovado. O indicativo de greve é uma decisão preliminar tomada pela categoria, indicando a possibilidade de iniciar uma greve. É um alerta de que, se as negociações com o governo do estado não avançarem, a paralisação das atividades pode ocorrer. Nessa sexta-feira (2) o Fórum das ADs se reuniu em Salvador, na ADUNEB, para avaliar o estágio da negociação e indicar os próximos passos do movimento. Um dos principais encaminhamentos da reunião foi um calendário de mobilização da categoria com a volta às aulas, que ocorrerá em todas as estaduais a partir da segunda semana do mês de agosto. Foi definida também a intensificação da campanha “E aí governador Jerônimo, vai ter greve?”.
Confira o calendário de mobilização do movimento docente.
05 a 08 de agosto – Reunião das diretorias das Associações Docentes.
09 de agosto – Reunião do Fórum das ADs na ADUSC, em Ilhéus às 9h.
10 a 12 de agosto – Nova rodada de reunião das diretorias das Associações Docentes.
12 a 16 de agosto – Rodadas de Assembleias Docentes.
19 de agosto – Reunião do Fórum das ADs na ADUNEB, em Salvador às 9h.
19 de agosto – Mesa de negociação com o governo na Secretaria de Educação, em Salvador, às 14h30.
20 de agosto – Reunião do Fórum das ADs na ADUNEB, em Salvador às 9h.
Reunião do FAD do dia 02.08.24. Foto: Ascom Fórum das ADs