Na quinta-feira, 15 de agosto, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foi palco de um episódio de violência, com os estudantes confrontados pelos seguranças da instituição, com aval da reitoria, durante uma manifestação contra cortes nas bolsas e auxílios da assistência estudantil. Os cortes foram instituídos por meio do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/Reitoria/2024, que foi rejeitado pela assembleia da Asduerj por estabelecer “compromissos acadêmicos mínimos para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil de graduação”.
Desde 26 de julho, um grupo de estudantes tem ocupado o prédio da reitoria da Uerj em protesto contra os cortes, que afetam diretamente a assistência estudantil e a permanência de muitas/os alunas/os na universidade. O movimento, que busca garantir o acesso equitativo e a inclusão educacional, encontrou resistência quando seguranças tentaram desobstruir as entradas do campus, levando a confrontos físicos.
A violência, seja ela física ou psicológica, jamais deve ser a resposta a demandas legítimas por melhores condições e recursos para a educação. Os estudantes, que desempenham um papel fundamental na construção crítica e democrática da sociedade, têm o direito de expressar suas preocupações e lutar por seus direitos sem sofrer represálias ou agressões.
Em nota, reitoria da Uerj, repudiou o bloqueio das entradas, afirmando que “gerações investiram toda a sua energia para que as universidades públicas estivessem abertas, como espaços fundamentais de construção do pensamento crítico, das práticas democráticas e políticas de inclusão”. A instituição ainda informou que abrirá uma sindicância para apurar os fatos.
A Diretoria da Associação dos Docentes da Uesb (Adusb) entende toda manifestação legítima para garantia de direitos e a fundamental importância da assistência estudantil para a entrada e permanência na universidade, que por ser pública, deve garantir o acesso a todas as pessoas. A Adusb manifesta sua solidariedade ao movimento estudantil da Uerj e repudia qualquer ato de violência contra a comunidade acadêmica.
Reforçamos, ainda, a seguinte afirmação da Asduerj: “Defendemos que a Uerj se una e busque o que merece, o que vale e o que precisa. Que lutemos juntos e que as nossas divergências não sejam tratadas no espírito de intransigência ou da violência absurda como a Reitoria permitiu que acontecesse na última semana com os nossos e as nossas estudantes. Não é admissível qualquer tipo de repressão a quem luta. A falta de diálogo é intolerável! Somos uma universidade plural. Que isso se mantenha e que seja essa a nossa força!”