Nota da Diretoria da Adusb em solidariedade aos/às trabalhadoras/es terceirizados/as

Indignada, a Diretoria Adusb, tomou conhecimento do atraso no pagamento de salários e demais direitos trabalhistas de trabalhadores/as terceirizados/as de duas das empresas que prestam serviços à Uesb. A situação se arrasta por meses, de acordo com as informações obtidas com a representação sindical da categoria. Segundo informações prestadas pela reitoria em reunião do Consepe no dia 7 de agosto, a universidade vem pagando em dia as empresas terceirizadas, sendo estas as responsáveis pelos atrasos de pagamento. Com todas as contradições que essa forma precária de contratação carrega intrinsecamente, esses/as trabalhadores/as, essenciais para o funcionamento da nossa universidade, estão cumprindo com suas atribuições, sendo, portanto, inconcebível que não tenham seus direitos e sua dignidade, respeitados. O governo do estado burla o princípio do concurso público e estabelece  contratos precarizados com empresas de terceirização de idoneidade duvidosa, sem preocupação alguma com a dignidade destes/as trabalhadores/as. Criou legislações para blindar-se dos efeitos da responsabilidade subsidiária na terceirização, mas não há proteção alguma aos/às trabalhadores/as terceirizados/as, como se observa na prática.  No limite das contradições da terceirização, nas situações em que as empresas terceirizadas faltam em suas obrigações, o governo transfere para a universidade, que não possui estrutura para gerenciar folhas de pagamento da magnitude dos contratos terceirizados, a responsabilidade pelo pagamento dos salários destes trabalhadores/as.  A Diretoria da Adusb manifesta sua solidariedade irrestrita aos/às trabalhadores/as terceirizados/as e já se colocou à disposição da Direção do Sindlimp, sindicato que representa a categoria, para as mediações possíveis, dentro dos princípios da solidariedade de classe e do respeito à autonomia sindical. Ações de cunho assistencialista têm sua importância, mas somente no curto prazo. Diante do descaso do governo e da situação de desrespeito à dignidade destes/as trabalhadores/as, é preciso que a comunidade universitária, por meio de seus espaços de discussão e deliberação, busque formas perenes de garantir a dignidade destes/as trabalhadores/as e que o governo assuma o ônus de sua política de desrespeito aos direitos trabalhistas.

 

Diretoria da Adusb, 17 de setembro de 2024