
A professora Alda Souza, diretora da Associação dos Docentes da Uesb (Adusb) no campus de Jequié e coordenadora do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as Questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), representou a seção sindical no IV Seminário Integrado do GTPCEGDS do ANDES-SN. O evento ocorreu entre os dias 24 e 27 de abril, na sede da Adusp (seção sindical do ANDES-SN) na Universidade de São Paulo (USP), reunindo docentes de todo o país em uma intensa programação de debates e atividades culturais.
O seminário abrigou três eventos nacionais do sindicato: o V Seminário Nacional de Diversidade Sexual, o VI Seminário Nacional de Mulheres e o VI Seminário Nacional de Reparação e Ações Afirmativas. Para Alda, a participação foi extremamente enriquecedora. “Tivemos mesas muito diversificadas com assuntos que estão na nossa pauta cotidiana de luta sindical”, relata.
Durante o primeiro dia, os debates giraram em torno da diversidade sexual, com mesas sobre o combate às pautas anti-LGBT e as trajetórias dos movimentos LGBTQIAP+. Também houve exibição do documentário Bixa Travesty, seguido de diálogo com o diretor Kiko Goifman, e uma conferência sobre os desafios vividos por famílias atípicas.
O segundo dia foi dedicado às questões de gênero. “Discutimos o papel das mulheres na ciência, o enfrentamento ao negacionismo e à violência de gênero, além do protagonismo de mulheres ciganas, indígenas e negras nas instituições de ensino”, destacou Alda. À noite, aconteceu a mobilização de docentes antirracistas para a construção da Marcha das Mulheres Negras, que será realizada em Brasília no dia 25 de novembro deste ano, com ampla participação das seções sindicais.
O sábado foi marcado pelas discussões sobre reparação e ações afirmativas. Um dos destaques foi o painel sobre carreira docente com enfoque nas dimensões de classe, gênero e raça, além do lançamento do documentário Política de cotas: uma história de fotografia de lutas. “Esse documentário é fundamental para debatermos como as cotas vêm sendo aplicadas nas universidades e os mecanismos que, infelizmente, ainda buscam driblar a legislação”, aponta a professora.
No encerramento do seminário, no dia 27, ocorreu a reunião do GTPCEGDS. Segundo Alda, o momento foi de fortalecimento das proposições do grupo. “Foi uma reunião propositiva, fruto de debates intensos e fundamentais para a atuação sindical”, afirma.
Outro ponto importante foi a apresentação da proposta de um protocolo institucional de combate, prevenção, enfrentamento e apuração do assédio moral, sexual, racismo, LGBTfobia e outras formas de violência aprovada no 43º Congresso do ANDES-SN. O documento traz uma minuta de resolução para apresentação às instituições de ensino, visto que muitas não têm tal protocolo, como é o caso da Uesb.
“A proposta de protocolo é importante porque traz um passo-a-passo para que a gente possa firmar esse compromisso em cada universidade, em cada instituto federal, em cada Cefet, a gente realmente conseguir identificar e combater as diversas formas de assédio”, ressalta. O GTPCEGDS irá em breve divulgar uma série de atividades em cada campus, para divulgar, debater a proposição de protocolo e construir uma proposta a ser apresentada à instituição.