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O Campus II da Uesb, em Jequié, expõe um cenário de precariedade que contrasta com o discurso de expansão da gestão, impondo riscos e condições precárias de trabalho à comunidade acadêmica. Diante desse quadro, a Associação dos Docentes da UESB segue em luta: a diretoria protocolou a Pauta de Reivindicações na Reitoria, reafirmando que a defesa por infraestrutura, segurança, condições de trabalho e estudo, tornaram a centralidade da pauta de reivindicação da categoria.
A diretoria da Adusb registrou, em 15 de outubro, um pedido de reunião com a Reitoria da Uesb para tratar desta pauta, considerada urgente pela categoria, que exige respostas rápidas e diálogo efetivo da gestão. No entanto, a instituição levou quase dois meses para agendar o encontro, que só veio a ocorrer em 8 de dezembro, evidenciando a morosidade no atendimento às demandas docentes e o descompasso entre a gravidade dos problemas apresentados e o tempo de resposta da administração universitária.
No dia 8/12, a presidenta da Adusb, Iracema Lima, juntamente com a vice-presidenta Sandra Ramos e o diretor de finanças Manoel Antônio Oliveira Araújo, estiveram reunidos com o reitor da Uesb, Luiz Otávio de Magalhães, e sua equipe, após inúmeras tentativas de agendamento de reunião para entrega da Pauta de reivindicação docente e para discutir a precariedade de funcionamento do Campus II de Jequié. Durante a reunião, a administração reconheceu a dimensão dos problemas e assumiu o compromisso de otimizar procedimentos e adotar medidas concretas para enfrentar as irregularidades apontadas. Também admitiu que a transferência apressada para o novo espaço ocorreu, segundo seu entendimento, por conta de prazos e exigências apresentados pelo Ministério Público, argumento que, para a Adusb, não justifica a exposição da comunidade acadêmica a riscos e condições precárias de trabalho e estudo.
Após a reunião o entendimento da Diretoria é que a categoria deve manter-se mobilizada a fim de assegurar melhores condições de trabalho nos três campi da UESB. Nenhuma universidade se sustenta sobre estruturas improvisadas ou sobre o adoecimento de sua comunidade.
Precariedade marca o Campus II
O Campus II da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), em Jequié, está longe de refletir a expansão anunciada pela administração. Em vez disso, brita solta, entulhos, buracos e acessos improvisados compõem um espaço inacabado, sem pavimentação, sem iluminação adequada ou equipamentos essenciais como cantina, suporte para disponibilidade funcionários e equipamentos para funcionamento de áudio visual, restaurante universitário e transporte contínuo entre os campi. Nesse cenário, docentes, analistas, técnicas/os e estudantes têm sido obrigadas/os a manter suas atividades acadêmicas.
O Módulo de Saúde, apresentado pela Reitoria ainda, chegou sem acessibilidade, infraestrutura mínima ou condições seguras de circulação. Relatos de quedas, dificuldade de locomoção e ausência de acessos para pessoas com deficiência tornaram-se recorrentes. À noite, a falta de iluminação intensifica o risco, enquanto a inexistência de espaços de convivência e de alimentação prejudica a permanência e compromete a saúde física e mental da comunidade.
O transporte realizado entre o Campus central e o Campus II também não atende à demanda, fragmentando as rotinas e gerando desgaste adicional. A precariedade estrutural é agravada pela ausência de laudos obrigatórios, como LTCAT, mapa de risco, alvará de funcionamento e pareceres do Corpo de Bombeiros e da CIPA, elementos fundamentais para garantir segurança e legalidade.
Riscos ambientais, como presença de cobras e escorpiões devido à falta de controle de pragas, panes elétricas e carência de pessoal de manutenção expõe ainda mais a comunidade. A transferência apressada das atividades, sem planejamento, resultou em adoecimento, sobrecarga e sensação de abandono.
O clima de insegurança e hostilidade relatado por docentes e estudantes levou à necessidade de atuação direta da Diretoria e da Assessoria Jurídica da Adusb para orientar a categoria diante das violações vivenciadas. Para abordar o assunto, foi realizada em 13 de outubro, uma Roda de Conversa no auditório da sede da ADUSB em Jequié para debater as condições de trabalho docente no Campus II. A atividade foi um espaço de diálogo e escuta coletiva, no qual docentes puderam tirar dúvidas, relatar experiências e apresentar propostas para enfrentar os desafios que comprometem as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
A Pauta Interna e a centralidade da luta por condições de trabalho
Na assembleia de 9 de outubro de 2025, as/os docentes reafirmaram que a luta por condições dignas de trabalho não é um caso isolado, e sim uma ação permanente. A aprovação da Pauta Interna, que foi consolidada por meio de reuniões ampliadas nas três sedes da Adusb, com o objetivo de discutir coletivamente os principais pontos do documento e repassar informes sobre a conjuntura local e estadual. As atividades integraram o processo contínuo de diálogo com a base, fortalecendo a construção democrática das ações e a mobilização docente.
O documento apresenta a importância da centralidade da luta, com foco na defesa de um ambiente de trabalho saudável, digno e seguro, livre de assédios e opressões. Entre os pontos aprovados estão a defesa de espaços acadêmicos e da saúde da comunidade universitária e o cumprimento dos direitos previstos no Estatuto do Magistério Superior e demais legislações.
A versão final da Pauta Interna de Reivindicações das/dos Docentes da Uesb foi protocolada na Administração Central em 8 de dezembro de 2025, marcando mais um passo na resistência coletiva da categoria.
Acesse o documento clicando aqui.
A luta segue
A luta é agora e é permanente. A Associação dos Docentes da UESB permanecerá firme ao lado da categoria e da comunidade universitária, cobrando soluções, denunciando descasos e defendendo a universidade pública como patrimônio do povo baiano.
Diante da realidade exposta, a Adusb segue atenta, mobilizada e pronta para enfrentar qualquer tentativa de precarização e intensificação do trabalho docente na Uesb. É no coletivo que a categoria avança, garantindo que nenhum direito seja retirado e que nenhuma violação seja normalizada.