Cerca de 50 docentes de várias universidades da Bahia, Sergipe e Alagoas participaram do 47º Encontro da Regional Nordeste III do ANDES-SN, sediado pela ADUSC entre os dias 28 e 29 de Março, último. A abertura do evento também fez parte das atividades de mobilização do dia de paralisação docente e de servidores técnico-administrativos, contra a proposta de reajuste linear do governo Wagner, que não repõe a inflação e impõe perdas inflacionárias ao funcionalismo público baiano.
Ainda na sexta-feira (28), após as saudações de abertura, o encontro contou com as contribuições do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), representado por Haroldo Heleno, que abordou a conjuntura das lutas indígenas no país, e trouxe esclarecimentos sobre o acirramento dos conflitos sobre a demarcação das terras Tupinambá no Sul da Bahia. Sobre o assunto, foi proposta e aprovada no encontro o apoio a uma carta da sociedade civil, cobrando dos governos, providencias em relação à luta dos Indígenas Tupinambá.
O Movimento Estudantil (M.E.) da UESC também esteve presente na abertura do encontro. Após desocuparem a reitoria com uma conquista histórica referente ao Restaurante Universitário (R.U.), fizeram um relato sobre a construção da mobilização e ocupação e foram ovacionados pelos encontristas.
Em seguida, coube a presidente do ANDES-SN, Marinalva Oliveira, e ao professor César Maranhão (UFRJ) abordar o tema “Universidade e Movimentos Sociais”. Marinalva reforçou os parabéns ao movimento estudantil, lembrando que a defesa por condições dignas de permanência e assistência estudantil também faz parte do Projeto de Universidade defendido pelo Sindicato Nacional, presentes nas revistas “Caderno 2” e “Universidade e Sociedade” publicadas pela entidade e disponíveis na sede da ADUSC. Maranhão trouxe a experiência do Curso Popular em Ciências Sociais da UFRJ, para relatar os entraves impostos pelo caráter burguês e elitista que impera nas estruturas administrativas da universidade.
Já na manhã de sábado (29), o tema “Avaliação Docente e Avaliação Institucional” ficou por conta da docente Rosineide Mubarak (UFRB). Segundo Rosineide, as avaliações devem apresentar diagnósticos e dar base para o aperfeiçoamento das instituições e do docente. No entanto, têm sofrido um desvio da função, com critérios equivocados, fortalecendo uma lógica “meritocrata” dentro das universidades.
Para encerrar as exposições, Sofia Manzano (UESB), pautou a importância da formação sindical para garantir a mobilização da classe trabalhadora. Para Manzano, a formação deve estar estruturada na análise de conjuntura, no resgate as histórias de luta dos trabalhadores e na relação constante entre a lógica do capital e as condições de vida da categoria. Ela ainda enfatizou que, construir a unidade na luta, entre distintas categorias, contribui para que as mesmas compreendam que as nossas reivindicações são resultantes da luta de classes.
Na parte da tarde, as Associações Docentes presentes no encontro deram seus informes e em seguida discutiram os encaminhamentos do 33º Congresso do ANDES-SN, realizado em Fevereiro em São Luiz (MA), e a aplicação dos mesmos pela regional. Os encaminhamentos do encontro podem ser lidos no relatório final.
Fonte: Ascom Adusc