
Os garis do Rio de Janeiro decidiram manter a greve da categoria em assembleia realizada na quarta-feira (18). A decisão pela manutenção da greve ocorreu após a audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), realizada no mesmo dia entre a patronal e os trabalhadores, acabar sem acordo. Nesta quinta-feira (19) haveria uma reunião na sede da empresa (Comlurb), mas foi cancelada. Na parte da tarde, os trabalhadores realizaram uma passeata pelas ruas do centro.
Nesta sexta-feira (20), pela manhã, acontece nova manifestação com concentração na Central do Brasil e trajeto até a Cinelândia. Para os próximos dias, também estão previstos atos, inclusive com a previsão de paralisação de garis de outros estados.
Reunião no TRT termina sem acordo
No TRT foi apresentada pelo Ministério Público uma proposta de reajuste 8%, e o pagamento de horas extras, além de auxilio funeral de até R$ 800, o que foi recusado tanto pelos garis quanto pela empresa. Para buscar um acordo, o representante dos garis chegou a reduzir a proposta de reajuste salarial de 40% para 15%, entretanto, a patronal continua irredutível em atender às reivindicações dos trabalhadores e manteve a proposta anterior apresentada pelo TRT de 7%, que já havia sido recusada pelos trabalhadores.
O dissídio coletivo da greve será julgado na próxima semana pelo mesmo tribunal.
Greve está radicalizada
A greve dos garis do Rio de Janeiro tem forte adesão da categoria e é mais forte do a que ano passado, avalia o dirigente da CSP-Conlutas Rio de Janeiro, Cyro Garcia, que esteve presente na assembleia dos trabalhadores ontem. “A greve é forte, os piquetes são massivos com a presença de mais de 300 pessoas, e é até maior do que a do ano passado, que teve mais visibilidade por causa do carnaval,” destaca.
Prefeito “fura greve”
Diferente do que ocorreu no ano passado, a Prefeitura não foi pega desprevenida e acionou um plano “fura greve”, com a contratação de empresas terceirizadas para fazer a limpeza da cidade. Mesmo assim, a coleta só tem sido realizada em bairros nobres do Rio, como a zona Sul e pontos turísticos da cidade. Nas zonas norte e leste, a Prefeitura contratou dependentes químicos e menores de idade para executar o serviço, mas retrocedeu, após ser denunciada pelos garis e o fato ter sido destacado pela mídia.
Todo apoio
A CSP-Conlutas, assim como no ano passado, tem apoiado a greve que enfrenta a dureza nas negociações e resistência da patronal. “Os trabalhadores estão radicalizados e dispostos a lutar, apesar da conjuntura mais dura, com a retirada de direitos e economia beirando a recessão”, disse Ciro.
Por isso, o papel da CSP-Conlutas nesta greve é mostrar à população as legitimas reivindicações dos garis que se contrapõem também com a política do prefeito Eduardo Paes.
A greve também se insere no movimento de repúdio de várias categorias de trabalhadores contra o forte ajuste fiscal de Dilma.
A CSP-Conlutas apoia incondicionalmente a luta dos garis. Estes trabalhadores dão o exemplo e mostram o caminho que é a mobilização!