Justiça determina reintegração dos 37 metroviários de São Paulo, demitidos após greve histórica de 2014

Nesse dia 15 de abril, repleto de manifestações, paralisações e muita luta, outra importante notícia marcou a data: a readmissão de 37 dos 42 metroviários de São Paulo que haviam sido demitidos durante a histórica greve da categoria no ano passado. A sentença para o caso foi dada na tarde desta quarta-feira pela Justiça do Trabalho.

 Em matéria veiculada pelo jornal Estado de São Paulo, o juiz Thiago Melosi Sória, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, considerou “inválidas as dispensas por justa causa” feitas na época. Segundo o magistrado, houve “vício formal” por parte da empresa ao demitir os funcionários, já que não descreveu o que eles haviam feito de errado para serem dispensados.
 
Entretanto, de acordo com a matéria, os funcionários, só devem ser reintegrados quando não houver mais possibilidade de recurso. Isso porque o Metrô detém uma liminar que impede a readmissão. A empresa informou que “analisará as decisões do Poder Judiciário e se manifestará sobre as medidas cabíveis”.
 
Os metroviários foram demitidos em junho de 2014, após realizarem uma histórica greve de três dias. Para tal, a resposta do governador Geraldo Alckmin foi acionar a justiça para julgar a abusividade do movimento o que culminou na demissão por justa causa de 42 metroviários.
 
Desde o início do processo pela reintegração, muitas idas e vindas marcaram a luta desses trabalhadores.  No fim do ano passado, parte desses trabalhadores – 33 metroviários – chegou a ser reintegrada, entretanto, o Metrô conseguiu caçar as decisões. Uma atitude totalmente arbitrária e sem embasamento legal, o que ficou comprovado na sentença final de julgamento dessas demissões.
 
Camila Lisboa, uma das reintegradas, comemorou a notícia e considerou que essa vitória foi conquistada com a força e a luta da categoria, combinada com a solidariedade e apoio de todos os jovens e trabalhadores do país. “Sai de nossas costas, dos metroviários, um peso. E isso nos permite colocar essa categoria ainda mais a serviço das lutas gerais que explodem hoje”, avaliou.
 
De acordo com Fábio Bosco, outro reintegrado, essa vitória garante um direito importante. “É uma vitória dos metroviários e de toda classe trabalhadora, pois garante o direito de greve”.
 
A CSP-Conlutas, que esteve incorporada nas atividades da campanha pela readmissão dos metroviários, parabeniza a importante vitória desses trabalhadores.
 
Essa conquista é de toda a classe trabalhadora que vai à luta e não se deixa vencer pela truculência da patronal e dos governos. Mostra também uma derrota política do governador Geraldo Alckmin na tentativa de criminalização da greve, um direito constitucional.