O 2 de julho é o marco da independência do Brasil na Bahia. Ao contrário do que se aprende na escola, um grande derramamento de sangue decorreu dos conflitos entre os partidários da Corte de Lisboa e aqueles que apoiavam o Imperador no Rio de Janeiro. O tradicional cortejo ocorrido em Salvador na data relembra a força e a participação da população baiana no processo de independência. As lutas do passado e do presente misturam-se com a realização de protestos dos diversos segmentos. Os(As) professores(as) das Universidades Estaduais, em greve há quase dois meses, não ficaram de fora. O “Bloco da Educação”, formado pela Adusb, Adusc, Adufs, Aduneb, Apub, Apur, Sinasef, APLB, movimento estudantil e outros, denunciou o descaso com a educação pública na Bahia e cobrou solução para os problemas vividos pelas Instituições.
A história
A guerra de independência baiana durou mais de um ano (25 de junho de 1822 a 2 de julho de 1823) e mobilizou dezenas de milhares de soldados. Além dos militares, a população esteve presente, inclusive de outras formas que não no front. A Bahia era uma importante província e foi muito disputada por portugueses e brasileiros que, em lados opostos, pegaram em armas para definir o futuro da porção americana do Reino Unido português.
As comemorações oficiais fazem parte do processo cultural da construção do Estado e da Nação. No entanto, ao contrário do 7 de setembro, o 2 de Julho foi apropriado pela população baiana em suas diversas manifestações, sejam elas cívicas, militares ou religiosas. A tradição é fruto da intensa experiência popular em uma guerra tão longa e dramática. Para o povo, a independência foi conquistada por eles mesmos. Por isso, as comemorações do 2 de Julho, ao longo dos últimos 190 anos, possibilitaram a formação de um espaço amplo de disputa política e simbólica, em que diversas manifestações têm marcado presença e se feito ver e ouvir.