Após mais uma rodada de negociações, Movimento Docente exige resposta do governo
Foto: Ascom ADUNEB

O governo Rui Costa (PT) prolonga a greve dos professores das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba). Na reunião desta sexta-feira (24), entre o Movimento Docente (MD) e os representantes do estado, os professores apresentaram aos gestores os ajustes à proposta de minuta de acordo, deliberados pelas quatro assembleias docentes e, posteriormente, consolidado pelo Fórum das ADs. A expectativa do movimento grevista era avançar nas negociações ainda nessa sexta-feira. Porém, os representantes do governo informaram que não tinham autonomia de decisão e precisavam analisar as propostas vindas do conjunto dos professores. As assembleias docentes, que decidiram pelos ajustes, e pela continuidade da greve, sem nenhum voto contrário nas quatro Ueba, aconteceram na quinta-feira (23).

De maneira responsável o MD tencionou sobre a necessidade de uma resposta do governo ainda nesta sexta. A atitude seria em respeito à comunidade acadêmica, visto que já são mais de 70 dias em greve e o governo Rui Costa, até o momento, demonstra pouca vontade em negociar. Diante da pressão e força do movimento grevista, os gestores se comprometeram em marcar uma nova reunião o mais rápido possível. A sugestão indicada pelos professores é que seja já nesta segunda-feira.

A greve dos docentes e a luta estudantil seguem fortes. A aprovação da continuidade da greve nas assembleias docentes, sem nenhum voto contrário, na Uneb, Uesb, Uefs e Uesc, são provas da união e poder de mobilização da categoria. Os professores continuam abertos à negociação, exigem celeridade do governo no agendamento da próxima reunião e reafirmam a necessidade de uma resposta positiva ao conjunto dos ajustes feito na minuta de acordo. Os docentes reforçam ainda que é de Rui Costa e do Secretário da Educação, Osvaldo Barreto, a responsabilidade pela deflagração da greve e sua permanência.

Repúdio

Durante a reunião o Movimento Docente foi incisivo ao informar aos gestores sobre o veemente repúdio das quatro assembleias das Ueba, à truculência de Rui Costa nas negociações. Durante os dias de ocupação pacífica da Secretaria Estadual da Educação, de 15 a 18 deste mês, o governador tentou intimidar os manifestantes colocando a Polícia Militar, inclusive a Rondesp para negociar com professores e estudantes. Para os professores, tal atitude evidencia o despreparo político de Rui Costa para o cargo, sua falta de compromisso com a democracia, desinteresse pela crise orçamentária das Ueba e intenção em criminalizar o movimento grevista. Firmes na luta e sem se abalar com a presença da PM, a categoria docente, apoiada pelos discentes, mostrou a força da classe trabalhadora e arrancou do governo importantes avanços na pauta.