Durante os dias 16 e 18 de junho cerca de duas mil pessoas estiveram reunidas em Brasília para debater a educação pública no II Encontro Nacional de Educação (ENE). O evento reuniu trabalhadores, estudantes do nível básico ao superior e movimentos populares. A proposta da atividade foi debater a construção de um projeto democrático de educação voltado para a classe trabalhadora. A Marcha em Defesa da Educação Pública, realizada no dia 16 de junho, abriu o encontro e contou com a participação de três mil manifestantes.
Veja o que aconteceu durante a Marcha.
Foram realizados Grupos de Discussão com temáticas que abrangeram desde o financiamento das instituições de ensino até as políticas pedagógicas adotadas na educação pública. A gestão democrática, a transparência e a necessidade do desenvolvimento de uma política de permanência estudantil nacional também foram assuntos abordados.
Diversas moções de repúdio contra os ataques de governadores e reitorias foram apresentadas. O II ENE fez contundentes críticas ao Projeto Escola Sem Partido, a precarização do trabalho e a massificação da Educação à Distância (EAD). Os participantes do encontro ainda prestaram homenagem ao professor Márcio Antônio de Oliveira, ex-presidente do Andes-SN, falecido na última semana. Na plenária final, os participantes realizaram uma manifestação em resposta ao ataque fascista ocorrido na UNB durante o evento.
O II ENE ainda indicou a construção de uma greve geral da educação. Eblin Farage, presidente eleita do Andes-SN para o biênio 2016-2018, aponta a importância do encontro para a articulação entre os movimentos. “O Andes-SN vem apostando no ENE desde sua primeira edição, elegendo o encontro como uma prioridade, e também os encontros preparatórios que, neste ano, aconteceram em muitos estados. Isso é muito positivo, pois ajuda a fortalecer a relação do Andes-SN com outras entidades e fortalecer a defesa de um projeto de educação em seus diferentes níveis”, afirmou Farage.
Para Giovanni Frizzo, diretor do Andes-SN, o Encontro de Educação é um importante espaço de organização contra as políticas privatistas da educação. “É fundamental nesse momento em que se aceleram os ataques aos direitos sociais e trabalhistas, da classe trabalhadora em geral, a gente construir espaços de enfrentamento a essas políticas que estão se acelerando cada dia mais”, ressaltou.
A Adusb participou ativamente do II ENE apresentando as lutas das Universidades Estaduais e dos servidores públicos da Bahia. O sindicato apontou a importância de organizar os trabalhadores para barrar as medidas que atacam direitos sociais e trabalhistas. A presidente da Adusb, Márcia Lemos, participou do evento e apontou a construção da unidade no campo da esquerda como o maior saldo político do II ENE. Diversas organizações políticas, sindicatos, movimentos social e estudantil já compreenderam que para enfrentar a forte ofensiva contra trabalhadores e trabalhadoras será preciso um grande esforço coletivo em torno das pautas que unificam, como as lutas contra o PL 257, a PEC 241 e o “Projeto Escola Sem Partido.” Também ficou clara a necessidade de denunciar o esquema criminoso da Divida Pública e combater a transferência dos recursos públicos para setores da iniciativa privada. O Encontro Nacional de Educação voltará acontecer em 2018.