O Fórum das ADs participou, na tarde desta quinta-feira (21), da plenária da Federação dos Trabalhadores Públicos da Bahia (Fetrab) para avaliar as atividades realizadas durante a paralisação do dia 20 de julho e discutir a greve geral. Apesar da deliberação do dia 30 de junho de realizar uma rodada de assembleias com a pauta do indicativo de greve, a maior parte dos sindicatos presentes não levou o debate para as categorias. O Fórum das ADs avalia que diante da gravidade do momento é lastimável que as direções dos sindicatos e da Fetrab não demonstrem a disposição política necessária para avançar rumo à greve geral.
No dia 20 de julho, Salvador foi palco de diversas mobilizações dos servidores públicos baianos. A comunidade acadêmica das Universidades Estaduais fizeram panfletagem em frente ao Shopping da Bahia, professores da educação básica realizaram protesto na Secretaria de Educação e diversas categorias do funcionalismo prestaram serviços à população na Praça da Piedade. Na avaliação das entidades, o dia de luta foi importante para denunciar as ofensivas do governo, dialogar com a comunidade baiana e pressionar Rui Costa.
Ainda na ocasião, o governo da Bahia convocou uma reunião de emergência com a coordenação da Fetrab e foi representado por Adriano Tambone (Superintendente da Saeb) e Martiniano da Costa (Chefe de Gabinete da Serin). De acordo com a diretora da Fetrab, Marinalva Sousa, o governo se comprometeu a não travar a carreira, não deixar servidores receberem abaixo do salário mínimo e a fazer esforço para pagar o reajuste linear. Também foi informado que a mesa setorial de negociação não será convocada, mas o diálogo será mantido com as categorias. O parcelamento de salários foi descartado, contudo, o pagamento da reposição inflacionária só poderá ser avaliado em setembro, após o resultado das contas do 2º quadrimestre.
A presidente da Adusb, Márcia Lemos, pontuou durante a plenária que o posicionamento do governo é um engodo. Não há como garantir promoções e progressões se o PLP 257 e/ou a PEC 241 forem aprovadas, inclusive Rui Costa já sinalizou positivamente pela implementação dos projetos. A dirigente também recordou que no dia 7 de abril a Saeb já tinha informado que necessitava do resultado do 1º quadrimestre para verificar a disponibilidade de pagamento do reajuste linear. Mais de 100 dias depois o mesmo argumento foi utilizado. Para Márcia Lemos, a reunião foi uma tentativa do Governo de desmobilizar os servidores no sentido da greve geral, apresentado garantias que já não cumpre há muito tempo e falsas promessas para o final de 2016, após o processo eleitoral.
A partir do cenário apresentado na reunião com o governo, bem como a previsão de votação do PLP 257 nos dias 2 e 3 de agosto, a vice-presidente da Adusb, Sofia Manzano, solicitou aos sindicatos repasses sobre a discussão do indicativo de greve nas categorias, conforme acordado na última plenária da Fetrab. Além das Associações Docentes, apenas Sintest Uefs e Sintest Uneb pautaram e aprovaram o indicativo. Dos demais sindicatos presentes na reunião, dois também pautaram a questão em assembleia.
O Fórum das ADs fez uma dura crítica às direções sindicais que nem ao menos levaram para as bases a discussão, alegando suposta desmobilização ou dificuldade financeira. Os professores cobraram respeito às deliberações da plenária e disposição política das representações sindicais. Na análise do Movimento Docente, não cabe a direção da Fetrab ou demais dirigentes decidirem pela base, cabe aos servidores públicos decidirem como vão organizar a luta contra o Governo que não respeita direitos trabalhistas.
A Adusb acredita que só com a unidade de ação será possível barrar o PLP 257, a PEC 241 e conquistar o pagamento integral do reajuste linear. Os professores e as professoras das Universidades Estaduais convocam os servidores públicos a construírem a greve geral na Bahia, chamando assembleias em todos os locais de trabalho para deliberar sobre o tema.
O Fórum das ADs continua firme na luta com todos que estão realmente comprometidos com a classe trabalhadora e não com Governos e interesses “político-eleitoreiros”. A pauta do movimento docente está protocolada e há reunião marcada com o Secretário de Educação para o dia 9 de agosto. É preciso manter a mobilização!