A população baiana foi surpreendida, mais uma vez, no dia 22 de agosto pela truculência do governo Rui Costa (PT). Diversas professoras, professores, estudantes e profissionais da comunicação foram atacados fisicamente pela segurança oficial durante protesto em Vitória da Conquista. Infelizmente, atitudes violentas como essa não são novidade na Bahia. A censura à liberdade de pensamento e manifestação também fazem parte da política empregada. A Adusb repudia qualquer tentativa de calar ou criminalizar movimentos sociais e está em luta para que o Estado seja responsabilizado pela agressão da professora Sandra Cristina Ramos e do docente Reginaldo de Souza Silva.
Saiba mais sobre o protesto do dia 22 de agosto.
Histórico de agressões
Durante a greve do ano passado, os movimentos docente e estudantil das Universidades Estaduais foram ameaçados pela Rondesp enquanto ocupavam pacificamente a Secretaria de Educação da Bahia. É importante lembrar que foi essa polícia a responsável por assassinar 12 jovens negros do Cabula. Na oportunidade, o governador fez a lamentável comparação entre a atuação da polícia com a de um artilheiro de futebol. A ordem dada por Rui Costa para resolver o “problema” da ocupação da SEC era clara: por fim a qualquer custo, utilizando os meios que fossem necessários. O tenente-coronel Sturaro foi o responsável destacado para negociar com professores e estudantes.
No apagar das luzes de 2015, a política de repressão voltou a ser utilizada. Dessa vez o palco foi a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). Docentes e estudantes foram impedidos de acessar as galerias da Casa do Povo para manifestarem seu descontentamento com o Plano Estadual de Permanência Estudantil em votação. A mando dos deputados da base do governo, seguranças da ALBA utilizaram violência física contra o movimento. O estudante da UESC, Daividson Brito, foi arrastado pelas escadarias da galeria de imprensa, a estudante da UEFS, Marcela Prest, também foi agredida.
Censura no dito Estado Democrático de Direito
A restrição de acesso dos movimentos docente e estudantil aos prédios públicos, inclusive dos sanitários, é parte do protocolo do governo Rui Costa. Grades de contenção são postas sempre durante os atos públicos realizados pelos trabalhadores. Catracas foram instaladas em todo Centro Administrativo com a justificativa de “controlar” a entrada da população. Dirigentes do movimento docente passaram a ser escoltados por seguranças da ALBA, Governadoria, Secretarias da Educação e Administração.
Além disso, diversas empresas privadas - que veiculam propaganda institucional – por várias vezes censuraram campanhas de mídia do Fórum das ADs por fazerem críticas ao governo petista. A justificativa apresentada é de que o conteúdo é “inapropriado”. Em 2013, emissoras de televisão tentaram impedir a transmissão de vídeo de denúncia por conter o nome do ex-governador Jacques Wagner. A liberação só ocorreu mediante intervenção jurídica.
Jornalistas das Associações Docentes também sofrem com o controle do acesso a locais nos quais profissionais da imprensa transitam normalmente, como o impedimento de cobertura da negociação do reajuste linear entre FETRAB e governo em 2014. Ou mesmo a retirada a força do professor do curso de comunicação da UESB, Dannilo Duarte, da área da imprensa durante o protesto do dia 22 de agosto.
Esse é o Estado Democrático de Direito de Rui Costa.
A Adusb não se calará diante do autoritarismo do governo e a tentativa de criminalização dos movimentos sociais baianos. A luta por uma educação pública de qualidade e os direitos trabalhistas continuará a ser travada diariamente. Professoras e professores permanecerão atentos e combaterão qualquer ameaça à liberdade de expressão e manifestação.